Empresas avaliam adiantar investimentos em SAF no Brasil por recurso do BNDES
Diretor José Luis Gordon recebeu a CNN na sede do Banco, no Rio de Janeiro, e destacou sinalização das companhias
Um apoio de R$ 6 bilhões anunciado pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para produção de combustíveis sustentáveis levou empresas a avaliarem adiantar investimentos em SAF no país, disse o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior da instituição, José Luis Gordon, à CNN.
“Após a chamada [para apresentação de projetos], fizemos uma série de agendas com empresas, webinars, reuniões. Conversando com as companhias, muitas delas indicaram que, com a chamada, estudam antecipar investimentos, que eram para acontecer somente a partir de 2026 ou 2027”, disse.
Sustainable Aviation Fuel em inglês, o SAF é aposta para descarbonizar a aviação mundo afora. O combustível é produzido a partir de processos químicos que convertem matérias-primas renováveis ou resíduos em um combustível equivalente ao querosene de aviação.
O BNDES e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) lançaram em agosto a chamada destinada à seleção de planos de negócios para o desenvolvimento e implantação de biorrefinarias, incluindo para SAF e combustíveis para navegação. Cada instituição entrou com R$ 3 bilhões.
Em outubro, o BNDES aprovou seu primeiro financiamento em SAF, ao direcionar R$ 258 milhões à Acelen para pesquisa e desenvolvimento da cultura de macaúba, planta nativa brasileira de alto poder energético.
O Brasil é considerado país com potencial para estar entre os líderes no mercado de SAF especialmente por sua expertise na produção de biocombustíveis, como o etanol. Este também seria um diferencial para estar à frente na corrida pelos combustíveis sustentáveis na navegação.
Mundo afora, a aviação e a navegação contribuem, conjuntamente, com cerca de 5% das emissões de CO2. Calcula-se que combustíveis sustentáveis derivados de biomassa, resíduos e outras matérias-primas renováveis podem reduzir em até 94% essas emissões.
Gordon destaca que o apoio do BNDES a biocombustíveis neste ano está na casa dos R$ 3,9 bilhões – o que configuraria o segundo maior valor de financiamento da história do Banco, atrás apenas da cifra registrada em 2011.
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