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    Empresas aéreas sinalizam que querem pacote do BNDES, mas ainda têm restrições

    Banco propôs um financiamento de R$ 6 bilhões para Latam Gol e Azul, sendo R$ 2 bilhões para cada uma

    Raquel Landimda CNN

    As companhias aéreas – Latam, Gol e Azul – sinalizaram interesse no pacote de ajuda do BNDES e dos bancos privados, mas ainda tem restrições e as negociações prosseguem.

    Na sexta-feira, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou, durante a divulgação dos resultados do banco, que as três companhias “aceitaram a proposta do sindicato de bancos e agora é a fase de execução do empréstimo”.

    As companhias afirmam que ainda estão estudando o assunto. Em nota, a Gol informou que era uma “condição” da proposta do BNDES que a empresa manifestasse sua “intenção em seguir com as negociações, o que de fato ocorreu”.

    A empresa ressaltou, no entanto, que a confirmação oficializada “não representa a aceitação dos termos propostos pelo BNDES e pelos sindicatos de bancos, que serão objetivo de negociações entre as partes nas próximas semanas”.

    A Latam também informou que “está interessada na proposta do BNDES, mas que segue em negociação para que as soluções atendam e respeitem às características da companhia”.

    As empresas aéreas sofrem uma forte crise por causa da queda das viagens provocada pela pandemia do novo coronavírus. Mais de 90% da frota de aviões está no chão, derrubando a receita e deixando o caixa cada vez mais apertado.

    Na oferta entregue à Latam Gol e Azul, o BNDES propõe um financiamento de R$ 6 bilhões, sendo R$ 2 bilhões para cada uma. Os recursos viriam 60% do banco estatal, 10% dos bancos privados e 30% no mercado.

    Segundo fontes próximas às negociações, este é o principal nó ainda pendente no pacote. As empresas dizem que será difícil captar dinheiro no mercado e que, se o recurso sair, as taxas de juros podem ficar muito altas. Portanto, apenas R$ 4 bilhões viriam a preços acessíveis.

    Outro ponto pendente é a participação do BNDES nas empresas no final do processo, já que o empréstimo seria feito por dois instrumentos: 75% em dívida e 25% em subscrição de ações. Pelos preços de hoje dos papeis, que caíram muito com a crise, o banco estatal se tornaria sócio das empresas com uma fatia de 20% a 25% do capital.

    Segundo fontes envolvidas, as empresas temiam que esse percentual ficasse até maior, mas ainda não bateram martelo se é uma participação aceitável.

    A Latam tem também  uma questão específica. A empresa chilena não possii capital aberto no Brasil, o que tornaria mais difícil para o banco estatal vender sua fatia no futuro. O BNDES quer ainda garantias que o dinheiro não vai migrar para o Chile.

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