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    Empresários cobram de Lira e Pacheco endurecimento do arcabouço fiscal

    Em reunião nesta terça-feira, no entanto, Haddad manifestou contrariedade com a possibilidade de retirada do percentual de 2,5% para o crescimento real dos gastos em 2024

    Basília RodriguesGustavo UribeDaniel Rittnerda CNN Brasília

    Na reta final das discussões sobre o novo marco fiscal, grandes empresários pediram à cúpula do Congresso Nacional um endurecimento do texto e a retirada de um dispositivo incluído no projeto pelo relator Claudio Cajado (PP-BA).

    Eles querem o fim da previsão de um crescimento real dos gastos públicos de 2,5% em 2024, o que, somado à mudança da correção inflacionária, pode elevar as receitas em torno de R$ 80 bilhões até 2025.

    O pedido foi feito em reunião na residência oficial do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com a presença do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Cajado também estava no encontro. Compareceram ainda o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

    Segundo relatos feitos à CNN, Haddad se posicionou contra a retirada do percentual. O ministro ponderou que a previsão é importante na tentativa de alavancar o montante de investimento público nos próximos anos.

    No encontro, segundo relatos de pessoas presentes, Pacheco e Lira acenaram com a disposição em aprovar o marco fiscal e a reforma tributária até 30 de junho. Os dois fizeram questão de emitir sinais de harmonia, com direito a troca de elogios.

    No início do ano, Lira e Pacheco protagonizaram uma disputa pela tramitação das medidas provisórias, com críticas públicas. A imagem desta terça-feira foi diferente. “Parecia coisa de novela”, afirmou um dos participantes do encontro sobre a nova relação dos dois.

    A mensagem do encontro foi de “segurança total” na aprovação dos textos, a começar pelo marco fiscal, com votação prevista para esta quarta-feira (24), na Câmara dos Deputados.

    Haddad afirmou que o governo federal irá precisar de ajustes na regra fiscal a cada dois anos, o que ficaria novamente a cargo do Congresso Nacional. As mudanças ocorreriam de acordo com o nível de receitas e por aprovação de novos projetos de lei.

    Caso a arrecadação suba acima das expectativas, poderia haver flexibilização no texto para aumento também de despesas. A mesma lógica também valeria para o fluxo inverso: se houver perda da estimativa de arrecadação, o governo federal também gastaria menos, a partir de mudanças no texto.

    A conversa durou mais de três horas e tratou das dificuldades políticas e expectativas econômicas do país.

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