Empresário chinês é segundo estrangeiro com mais terras nos EUA
Terreno de quase 200 mil acres vem à tona em momento de temor sobre propriedades chinesas no país
O empresário chinês Tianqiao Chen é o segundo maior proprietário estrangeiro de terras nos Estados Unidos. As informações são da revista The Land Report, publicação norte-americana especializada na cobertura do mercado de terras.
Chen é a mais recente adição a lista atualizada em 2024, após registros fiscais do estado do Oregon revelarem em dezembro passado que um terreno de 198.000 acres (equivalente a mais de 110 mil campos de futebol) era atualmente propriedade da Shanda Asset Management LLC.
Nascido em Xangai, Tianqiao Chen é fundador da Shanda Interactive Entertainment, empresa pioneira no mercado de jogos online da China.
Em 2015, o empresário comprou o terreno, que antes pertencia à madeireira Crown Pacific, – liquidada em 2004 após entrar em recuperação judicial um ano antes – por US$ 85 milhões (cerca de R$ 280 milhões na cotação da época).
Classificado na 82ª posição do ranking Land Report 100, o empresário chinês do ramo de entretenimento fica atrás apenas da família canadense Irving entre os maiores detentores estrangeiros de terras nos EUA.
Os Irving são proprietários de mais de um milhão de acres destinados à atividade madeireira no estado do Maine.
Propriedades chinesas nos EUA
Um temor existente entre cidadãos e políticos norte-americanos é a presença de negócios chineses no país, principalmente envolvendo a compra de terrenos para uso do agronegócio.
De acordo com um relatório da Agência de Serviços Agrícolas dos EUA publicado em dezembro de 2023, empresas chinesas detinham 349.442 acres até o final de 2022.
O número não coloca a China nem entre os dez países que mais detêm terras nos EUA, mas é suficiente para levar legisladores e estados norte-americanos a buscarem barrar futuras compras chinesas de terras agrícolas.
A preocupação compartilhada tanto por republicanos como democratas gira em torno de segurança alimentar e proteção de informações sensíveis contra espionagem.
*Publicado por João Nakamura