Embraer voa e Magazine Luiza desaba: veja as altas e quedas do Ibovespa em 2021

A inflação alta e o avanço da Selic tiraram o brilho do setores varejista imobiliário na B3 em 2021, assim como do próprio Ibovespa, que fechou em queda de 11,9%.
No entanto, empresas de commodities tiveram ganhos, enquanto Embraer, estrela do índice no ano, decolou a bordo de sua subsidiária de carros voadores.
Confira as líderes de ganhos e de perdas do Ibovespa no ano:
MAIORES ALTAS
EMBRAER: +180,5%
A fabricante de aeronaves teve o melhor desempenho no Ibovespa, mesmo com os efeitos da pandemia no setor aéreo.
O principal catalisador para o avanço foi o ânimo do mercado com a Eve, unidade de transporte aéreo urbano, que já recebeu milhares de encomendas de veículos elétricos de decolagem e pouso na vertical, com previsão para entrega nos próximos anos.
A Eve anunciou uma fusão em dezembro que a levará à Bolsa de Nova York e a avalia em 2,9 bilhões de dólares.
BRASKEM PNA: +176,3%
Resultados financeiros animadores, retomada de fornecimento de gás natural no México e avanço no processo de desinvestimento por seus controladores foram alguns dos motivos que fizeram a ação da petroquímica disparar no ano. Para completar, a empresa foi elevada recentemente a grau de investimento pela Fitch.
Impulsionadas pelos desempenhos das unidades de operações nos EUA, os dois frigoríficos ganharam assentos entre as principais altas do Ibovespa em 2021.
No caso da Marfrig, ainda houve a compra da fatia de cerca de 31,7% na BRF e especulações de uma potencial tomada de controle no ano que vem.
MAIORES QUEDAS
MAGAZINE LUIZA: -71%
A ação da varejista foi a de pior desempenho no Ibovespa em 2021. O papel já caminhava para um ano negativo quando acelerou sua desvalorização no segundo semestre, em meio à escalada da inflação, ao ciclo de alta de juros e à competição no comércio eletrônico.
No balanço do terceiro trimestre, a companhia registrou queda de quase 90% no lucro ajustado.
VIA: -67,5%
Este foi mais um caso de uma varejista afetada pelo cenário macroeconômico e pela dinâmica do setor.
Além disso, em novembro a empresa anunciou revisões em provisões geradas por processos trabalhistas, que subiram de 1,2 bilhão de reais em junho para 2,5 bilhões de reais no fim de setembro.
EZTEC: -51,7%
A construtora Eztec foi fortemente atingida pelas restrições por conta da Covid-19 no pico da pandemia no país, no início do ano.
Mesmo com a reabertura e o avanço da vacinação ao longo de 2021, a ação seguiu pressionada pelos impactos da alta de juros e do avanço da inflação. O índice Imobiliário caiu mais de 31% no ano e foi o de pior desempenho setorial na bolsa.
AMERICANAS: -58,2%
A Americanas é outra varejista com desempenho muito negativo no ano. No caso da empresa, o papel também foi afetado pelos efeitos de uma reorganização societária.
A Lojas Americanas se fundiu com a B2W, com esta incorporando os ativos operacionais da Lojas Americanas, passando a se chamar Americanas, enquanto a Lojas Americanas virou uma holding. O grupo está em processo de simplificação societária e manterá apenas AMER3 como ação listada.
GPA: +131,4%
O desempenho da ação do GPA no ano também foi influenciado por reorganização societária, já que a empresa efetuou a cisão de seu braço de atacarejo Assaí no começo do ano.