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    Embraer, Gol e Azul: o setor aéreo voltou para a atenção dos investidores?

    Mas após perdas tão grandes e com a quarentena no Brasil ainda sem prazo certo para terminar, vale a pena a investir nas ações dessas empresas?

    André Jankavski, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    As ações das aéreas começaram o mês com tudo. No primeiro pregão de junho na bolsa de valores, tanto as ações da Gol quanto a da Azul estiveram entre as maiores valorizações. A fabricante de aeronaves Embraer também ensaia uma recuperação. Mas após perdas tão grandes e com a quarentena no Brasil ainda sem prazo certo para terminar, vale a pena a investir nas ações dessas empresas?

    Para analistas, ainda é cedo dizer. Não que as empresas estejam próximas de um desfecho mais negativo, como uma recuperação judicial (como ocorreu com a Latam, que é listada na bolsa de Nova York) ou até mesmo falência. Mas a volatilidade do preço das empresas ainda assusta alguns investidores. Porém, podem ser boas opções de investimento caso o investidor pense no longo prazo.

    A justificativa faz sentido quando se olha a desvalorização das empresas. No ano, as ações da Azul e da Gol tiveram uma queda de 73,6% e 64,5%, respectivamente. Desde 15 de maio, no entanto, as empresas tiveram uma alta considerável: a Azul saltou 38,5% e a Gol, 20%. Porém, como o sobe e desce das ações ainda é muito alto, analistas acreditam que quem pensa em lucrar no curto prazo pode se dar mal.

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    “Não houve nenhum fator que justificasse uma alta tão grande nos últimos tempos, mas os investidores ainda estão precificando qual é o verdadeiro valor das ações”, diz Adeodato Volpi Netto, estrategista-chefe da casa de análises Eleven Financial.

    Outro fator que Volpi Netto destaca é o pacote de ajuda às aéreas. O governo negocia com as três principais companhias no Brasil um socorro bilionário para que as empresas continuem operando de maneira saudável após a companhia, afinal, nesse período de quarentena, elas chegaram a cortar mais de 90% de seus voos em alguns momentos.

    “Estamos aguardando uma ajuda do BNDES ao setor e acreditamos que a partir do quarto trimestre, as empresas devem retomar”, diz Pedro Galdi, analista da corretora Mirae Asset. Galdi, no entanto, mantém a recomendação como neutra. “Há um risco exponencial e volatilidade, apesar de entendermos que, por termos poucas empresas no setor, isso miniza o risco de quebra ou recuperação judicial.”

    Embraer no radar

    Apesar de não ser do mesmo segmento de Gol e Azul, a fabricante Embraer também sofreu nos últimos tempos. Afinal, os seus clientes (que são as companhias aéreas) estão comprando menos aeronaves (ou até mesmo devolvendo aviões) com a baixa demanda causada pela pandemia do novo coronavírus.

    Soma-se a isso o fato da Embraer ter sofrido com o cancelamento do negócio com a americana Boeing, que compraria a parte de aviação comercial da Embraer. Mesmo assim, investidores acreditam que as ações da companhia, que tiveram uma queda de 62,4% no ano, devam se recuperar no médio a longo prazo.

    “Sempre olhamos com carinho para a Embraer, mesmo com o fim do negócio com a Boeing. A empresa é sólida e continua tendo uma ótima posição na aviação comercial, com aviões de médio e pequeno porte”, diz Volpi Netto, da Eleven. A volatilidade, no entanto, ainda é algo a se observar antes de decidir comprar os papéis da companhia.

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