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    Em reunião, Fed pode ultrapassar nível de 5% nos juros e dar uma pausa em aumentos

    Esta será a segunda reunião do Fed após a falência de um grande banco norte-americano

    Por Howard Schneider, da Reuters

    O Federal Reserve inicia nesta terça-feira (2) reunião de política monetária que deve levar sua taxa de juros ao nível mais alto em quase 16 anos, atingindo um potencial platô que testará a economia de uma maneira nunca vista desde o início da crise financeira em 2007.

    Esta será a segunda reunião do Fed após a falência de um grande banco norte-americano, com a aquisição do First Republic Bank pelo JPMorgan na segunda-feira (1º) marcando a mais recente evidência de que o histórico rápido aumento dos juros pelo banco central está sendo sentido no sistema financeiro e potencialmente fora dele.

    Os bancos centrais globais estão agora avançando em direção a um possível ponto de parada para altas de juros após apertar agressivamente as condições de crédito para conter o pior surto de inflação em 40 anos.

    A reunião do Fed será seguida de aumentos de juros esperados pelo Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira e pelo Banco da Inglaterra na próxima semana.

    Mas o Fed está mais adiantado no processo e pode sinalizar que o aumento dos juros desta semana é o último, pelo menos por enquanto.

    Uma pausa pode dar tempo para ver como a economia se ajusta a custos de empréstimos mais altos e condições bancárias mais difíceis, e se a inflação cai.

    Muito permanece incerto. A economia está mostrando sinais de força contínua, bem como sinais de desaceleração. A inflação tem diminuído, gradualmente, com o índice de preços que o Fed monitora ainda em mais que o dobro da meta de 2% do banco central.

    Os empréstimos bancários se estabilizaram após queda de aproximadamente 1,7% em meados de março, depois das falências do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, mas uma pesquisa sobre empréstimos a ser apresentada na reunião desta semana deve sinalizar condições mais rígidas à frente.

    Dadas as tensões, “nosso cenário base continua sendo que a alta de maio será a última deste ciclo, já que a economia responde ao aperto até o momento”, disse Matthew Luzzetti, economista-chefe do Deutsche Bank para os Estados Unidos.

    Mas “vemos riscos inclinados para outro aumento em junho. O chair (do Fed, Jerome) Powell deve enfatizar a necessidade contínua de um viés ‘hawkish‘ (agressivo contra a inflação) para conter a inflação, mas não se comprometerá com nenhuma decisão na reunião de junho”.

    O Fed anunciará sua decisão de política monetária às 15h (horário de Brasília) na quarta-feira (3). Powell dará coletiva de imprensa meia hora depois.

    O movimento esperado na quarta-feira será o 10º aumento consecutivo da taxa desde março de 2022, um aperto que levará visto os juros a um aumento total de 5 pontos percentuais — uma média de meio ponto percentual em cada reunião.

    O aumento esperado de 0,25 ponto percentual na quarta-feira colocará a taxa na faixa de 5% a 5,25%.

    Esse é o nível que a maioria das autoridades do Fed em dezembro passado e em março disseram que achavam que seria um ponto de parada adequado, alto o suficiente para continuar desacelerando a inflação sem, eles esperam, causar mais desaceleração na economia – e mais perdas de empregos – do que o necessário.

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