Em placar dividido, Copom não se compromete em novo corte no próximo encontro
Terceira reunião do colegiado em 2024 encerrou com definição de redução de 0,25 ponto percentual (p.p.), rebaixando a Selic a 10,50% ao ano
Em um placar dividido por 5 a 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) não se comprometeu sobre novos cortes dos juros nos encontros ainda marcados para este ano.
A terceira reunião do colegiado em 2024 encerrou com definição de redução de 0,25 ponto percentual (p.p.), rebaixando a Selic a 10,50% ao ano, conforme já era esperado pelos analistas.
O grupo majoritário inclui todos os nomeados ao BC pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro: o presidente Roberto Campos Neto, além dos diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes.
Já Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira — todos indicados pelo governo Lula — defenderam o ritmo de queda de 0,50 ponto mantido pelo BC nos últimos seis encontros, desde que começou o atual ciclo de afrouxamento monetário.
Ao contrário das últimas reuniões, quando o BC deixava anteposto um cenário de manutenção de queda para os próximos encontros, desta vez não houve nenhum tipo de sinalização.
“O Comitê também reforça, com especial ênfase, que a extensão e a adequação de ajustes futuros na taxa de juros serão ditadas pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta.”
Segundo nota, o colegiado concordou de forma unânime que o cenário global incerto e a resiliência na atividade doméstica e expectativas desancoradas “demandam maior cautela”.
“Ressalta, ademais, que a política monetária deve se manter contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.