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    “Não há desgaste com Lula ou PT. Se o presidente confia em Pochmann, vamos abrir as portas”, diz Tebet à CNN

    Ministra do Planejamento deve ter uma primeira conversa presencial com Pochmann na próxima semana, para que ele assuma o cargo ainda em agosto

    Iuri Pittada CNN , Brasília

    Em entrevista exclusiva à CNN, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), descartou qualquer tipo de desgaste político com o PT ou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em função da confirmação do economista Márcio Pochmann como futuro presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    “Não há desgaste com Lula ou PT. Se o presidente confia em Pochmann, vamos abrir as portas”, disse a ministra nesta quinta-feira (27).

    Para Tebet, não é correto fazer pré-julgamentos nem ver no episódio um problema político com o PT ou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    A ministra deve ter uma primeira conversa presencial com Pochmann na próxima semana para que ele assuma o cargo ainda em agosto, após as divulgações de dados do Censo Indígenas e Censo Favelas – este último estava originalmente previsto para 1º de setembro, mas deve ser antecipado.

    A ministra afirmou que espera do futuro presidente do IBGE uma atuação “técnica e competente” e destacou a “grandeza” do órgão durante dificuldades sob Jair Bolsonaro (PL).

    “O censo estava atrasado durante o ‘desgoverno’ Bolsonaro. Mesmo naquele momento, que não se tinha dinheiro nem respeito pelo IBGE, o instituto se manteve firme com sua grandeza”, disse Tebet. Procurado, Bolsonaro não se manifestou às críticas.

    Embora não tenha uma data certa para a chegada de Pochmann ao cargo, a ministra considera o caso “novela encerrada”. “O nome já está posto e oficializado”, definiu. Na noite de quarta-feira (26), o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta (PT), confirmou oficialmente a decisão do governo de ter Pochmann como presidente do IBGE.

    A escolha, ventilada desde o fim da semana passada e tornada pública pela jornalista Malu Gaspar na segunda-feira, provocou críticas entre economistas e ex-gestores do órgão, como Edmar Bacha, e causou apreensão em setores do próprio ministério.

    Salário mínimo é prioridade no Orçamento

    No mês de agosto, a pasta de Tebet precisa concluir a elaboração de dois projetos de lei: o Plano Plurianual (PPA) e o Orçamento para 2024 (PLOA). Na conversa que teve na segunda-feira com Lula, a ministra disse ter ouvido que a prioridade do governo na discussão orçamentária é a política de valorização do salário-mínimo.

    “Quando apresentamos o orçamento para o presidente, eu falei: ‘presidente, espaço fiscal nos temos X, qual sua prioridade absoluta?’ Ele disse: ‘Salário mínimo valorizado e acima da inflação. Nós projetamos isso, isso deu um impacto na Previdência também e sobram menos recursos para remanejamentos nos ministérios”, explicou Tebet.

    “(O salário mínimo) Terá aumento real em 2024, 25 e 26. Estamos aplicando o que há de mais moderno em Orçamentação no mundo”, disse a ministra.

    “Já colocamos as expectativas de médio prazo na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), despesas e receitas. Teremos mais transparência no cumprimento de metas com o Plano Plurianual”.

    Para 2024, o Planejamento já sabe ter disponíveis para projeção de aumento de despesas R$ 128 bilhões, mas parte desse valor já está comprometida com a saúde por causa da volta do mínimo constitucional para o setor após o fim do teto de gastos (cerca de R$ 40 bilhões), e parte com a manutenção de uma emenda incluída pelo Senado, mas ainda pendente de votação na Câmara, no projeto da nova regra fiscal.

    “Nosso ponto de partida para 2024 é que em 2023 já tivemos um acréscimo de R$ 155 bilhões (pela PEC da Transição)”, explicou a ministra. “Havia demanda reprimida de quatro anos sem atualização da merenda escolar, salário-mínimo, Farmácia Popular, Bolsa Família. O que era teto, com R$ 155 bilhões, virou piso.”

    (Colaborou Gabriel Garcia)

     

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