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    Em ata, Copom projeta crescimento “mais vigoroso” do PIB do 1º trimestre

    Comitê de Política Monetária destaca produção agrícola e resiliência no mercado de trabalho como fatores para crescimento econômico

    Tamara Nassifda CNN , em São Paulo

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) disse, nesta terça-feira (9), antecipar um “crescimento mais vigoroso” do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do primeiro trimestre do ano.

    A projeção foi descrita na ata do colegiado referente à última reunião de política monetária, na semana passada, quando decidiu por manter a taxa de juros básica do país em 13,75% ao ano pela sexta vez consecutiva.

    “Os dados de atividade no Brasil indicam um ritmo de crescimento moderado na margem, com destaque para a sustentação dada pelo consumo, do ponto de vista da demanda, e pelo setor agropecuário, no lado da oferta”, afirmou o Comitê no documento.

    “O Copom antecipa um crescimento mais vigoroso na divulgação do PIB referente ao primeiro trimestre do ano, especialmente em função da produção agrícola, seguido por moderação da atividade econômica em ambiente marcado por resiliência no mercado de trabalho. Além disso, os dados de emprego formal demonstraram continuidade no aumento do emprego no período mais recente.”

    As projeções estão em linha com os últimos dados divulgados. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, registrou aumento de 3,32% em fevereiro, crescimento significativo na comparação com janeiro, quando houve recuo de 0,04%.

    Em relação a fevereiro de 2022, o indicador mostra crescimento do PIB em 2,76%. Já em comparação aos últimos 12 meses até fevereiro, o IBC-Br aponta que a atividade econômica cresceu 3,08%.

    Já o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o PIB teve uma elevação de 2,5% em fevereiro ante janeiro.

    O dado oficial do PIB do primeiro trimestre será divulgado no dia 1 de junho, quando o IBGE anunciará o resultado das contas nacionais no período.

    Segundo especialistas, esse movimento de alta da economia brasileira é impulsionado justamente pelo setor da agropecuária, que, em 2023, deve ter o maior crescimento anual desde 2017.

    “O forte crescimento de 2,5% da economia em fevereiro foi devido, principalmente, à atividade agropecuária. Embora a indústria e os serviços também tenham crescido na comparação com janeiro, o expressivo desempenho agrícola, justificado principalmente pela safra recorde de soja e sua elevada participação no valor adicionado da agricultura, é o grande destaque da economia no mês. Com a maior parte da colheita de soja sendo realizada nos meses de fevereiro, março e abril, este resultado sugere persistência do bom desempenho econômico no início do ano”, afirmou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB — FGV, em nota oficial.

    As projeções de alta são refletidas inclusive pelo Ministério da Fazenda. No último dia 28 de abril, o ministro Fernando Haddad afirmou que a equipe econômica do governo estuda aumentar a estimativa oficial de crescimento do PIB em 2023, após dados mostrarem resiliência do mercado de trabalho e alta da atividade maior do que a estimada — em linha com o que o BC afirmou na ata divulgada nesta manhã.

    A Fazenda projetou, em março, que o PIB cresceria 1,61% este ano. Haddad ponderou que boa parte dos economistas de mercado estão revendo suas estimativas para cima, com alguns bancos já apostando em alta próxima a 2% em 2023.

    “Nós mesmos, da Fazenda, estamos pensando em reestimar para mais a expectativa de crescimento para o ano de 2023.”

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