Eletronuclear desconecta usina de Angra 1 para manutenção programada
Intervenção para troca de peça deve manter unidade fora do Sistema Interligado Brasileiro por cerca de 10 dias
A usina nuclear de Angra 1, a primeira do Brasil dessa fonte, localizada na Costa Verde do Rio de Janeiro, está fora de operação desde o último domingo (29).
De acordo com a Eletronuclear, empresa estatal subsidiária da Eletrobras para energia nuclear, trata-se de uma manutenção programada.
A empresa anunciou que a usina foi desconectada do Sistema Interligado Nacional (SIN) para a troca preventiva da válvula de um pressurizador, equipamento que integra o circuito principal da unidade.
A previsão, em acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é de que a manutenção dure 10 dias.
Angra 1 é a primeira usina nuclear do Brasil, inaugurada em 1985. A unidade foi projetada com vida útil prevista de 40 anos, prazo que expira em 2024.
No entanto, a Eletronuclear procura prorrogá-lo por mais 20 anos, em linha com práticas que tem acontecido em equipamentos deste tipo no mundo.
Angra 1 tem cerca de um terço da capacidade de produção nuclear nominal do BrasiL: 640 megawatts (MW). A vizinha Angra 2, inaugurada em 2001, responde por 1.350 MW.
O pedido foi apresentado pela Eletronuclear em 2019. A empresa aguarda a autorização da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), para que o equipamento possa continuar em operação até 2044.
O programa de extensão de vida útil da usina tem custo estimado em US$ 300 milhões.
Em fevereiro, a Eletronuclear recebeu aval do Conselho de Administração da Eletrobras para a retomada das obras de Angra 3 e assinou contrato com o consórcio liderado pela empreiteira Ferreira Guedes, para que o projeto, com a construção iniciada em 1984, avance.
As obras estão paradas há seis anos e a conclusão, de acordo com projeções do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), custariam R$ 17 bilhões para serem concluídas.
Angra 3 é considerada uma usina gêmea de Angra 2. Mas, como está prevista para ser inaugurada em 2027, poderá receber incorporações tecnológicas superiores às originalmente previstas, o que resultará em uma produção média de 50 MW a mais.