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    Eletrobras: Capitalização reduz tarifas, diz Centro Brasileiro de Infraestrutura

    Medida Provisória, que visa privatizar Eletrobras, foi aprovada pela Câmara dos Deputados e será discutida pelo Senado até 22 de junho

    Produzido por Thiago Felix, da CNN em São Paulo

     

    A capitalização da Eletrobras — ou seja, a emissão e novas ações da estatal para que o controle fique menos concentrado no governo federal –, pode reduzir as tarifas de energia pagas pela população, além de garantir maior segurança ao setor elétrico, defende o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, em entrevista à CNN.

    “A MP da privatização da Eletrobras vai reduzir a alta volatilidade no preço de energia, que temos tido nos últimos anos, e trazer isso de forma segura, aumentando a confiabilidade do setor elétrico brasileiro”, diz.

    Segundo Pires, ao se tornar uma corporação, a elétrica conseguiria aumentar o nível de investimentos no setor eletro-brasileiro. “O setor precisa de muito investimento ainda e a Eletrobras capitalizada vai poder fazer esta tarefa.”

    Todavia, Adriano Pires explica que o governo federal continuará tendo um papel dentro desta corporação, visto que a Itaipu e as usinas nucleares ainda serão de responsabilidade do estado. 

    “A Eletrobras vai virar uma empresa sem sócio majoritário. O modelo de privatização que a MP está propondo é você criar uma Eletrobras ainda estatal, que vai continuar tomando conta dos ativos da usina hidrelétrica de Itaipu, que é binacional — do Brasil e do Paraguai — e, também, da Eletrobras Eletronuclear, porque é uma energia que, pela legislação brasileira, tem de ser feita pelo estado.”

    Desta forma, a empresa que surgiria a partir da privatização da Eletrobras ficaria com os demais ativos. Segundo ele, o governo brasileiro terá uma ‘golden share’. “Ele vai continuar tendo gerência na empresa para evitar que ela tome medidas que sejam danosas aos interesses do Brasil”, diz.

    Pires defende que as fontes de energia no Brasil não devem depender essencialmente do clima e, para isso, a MP propõe a construção de térmicas.

    “A MP traz medidas como a construção de térmicas que vão funcionar na base do setor eletro-brasileiro e que vão reduzir esse risco hidrológico. A matriz elétrica brasileira, hoje, é muito refém do clima, porque as hidrelétricas só geram energia quando chove, a eólica, quando faz vento, e a solar, quando faz sol.” 

    A Medida Provisória (MP) que viabiliza privatização da estatal — que responde por um terço da energia gerada no país –, foi aprovada na Câmara dos Deputados na quarta-feira (19). Agora, o Senado tem até o dia 22 de junho para discutir e aprovar a proposta.

    Eletrobras
    Foto: Divulgação

     

     

     

     

     

     

     

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