Economia dos EUA cresce 2,9% no 3º trimestre; resultado vem melhor que esperado
Resultado mostra uma melhoria em relação à leitura inicial do governo em outubro, que mostrou crescimento de 2,6% na atividade econômica
A economia dos EUA cresceu mais rápido do que o esperado no terceiro trimestre, de acordo com o último relatório do produto interno bruto, que mostrou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país aumentou a uma taxa anualizada de 2,9%.
O resultado mostra uma melhoria em relação à leitura inicial do governo em outubro, que mostrou crescimento de 2,6% na atividade econômica, e melhor do que a previsão do Refinitiv de 2,7%.
O número também reflete uma reviravolta marcante das contrações econômicas de 1,6% no primeiro trimestre do ano e de 0,6% no segundo.
O crescimento acima do esperado ocorreu porque os gastos do consumidor foram maiores que a leitura anterior do governo, enquanto o valor das importações foi revisado para baixo. As importações são subtraídas do PIB, que é a medida ampla da atividade econômica dentro do país.
A leitura forte não elimina necessariamente o risco previsto por muitos economistas de que a economia dos EUA entre em recessão em algum momento do próximo ano.
Mas o crescimento mais forte do que o esperado mostra a resiliência da economia ao lidar com os ventos contrários causados pela política contracionista do Federal Reserve (BC dos EUA) de grandes aumentos nas taxas de juros em uma tentativa de desacelerar a economia para domar a inflação de décadas.
O mercado de trabalho dos EUA, que será medido novamente quando o relatório de empregos de novembro for divulgado na sexta-feira, continua forte, com empregadores ainda contratando e desemprego perto de uma baixa de meio século.
E enquanto os consumidores estão lutando com preços mais altos, eles continuam gastando dinheiro. Mais de dois terços da atividade econômica dos EUA é impulsionada pelos gastos do consumidor.
Um dos maiores empecilhos ao crescimento econômico é a retração nos gastos com a construção de casas diante das taxas de juros mais altas. O relatório do PIB mostrou que o investimento na construção de moradias cortou 1,4 ponto percentual do crescimento geral. Isso significa que a economia teria crescido a um ritmo anualizado muito forte, de 4,3%, se os gastos com construção de casas tivessem permanecido estáveis.
“Os aumentos das taxas do Federal Reserve até o momento apenas levaram o setor imobiliário a uma recessão, onde o restante da economia continua funcionando razoavelmente bem”, disse Christopher Rupkey, economista-chefe da empresa de pesquisa de mercado Fwdbonds.
O relatório dá sinal verde para que o Fed continue agressivo no aumento das taxas, disse Rupkey.
“Os gastos do consumidor e o investimento empresarial em equipamentos parecem bons, apesar do Federal Reserve ter aumentado as taxas de juros em 3,75 pontos percentuais este ano”, disse ele. “Se o Fed está tentando desacelerar a economia pisando no freio, ainda não fez o suficiente.”