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    Economia da China desacelera em maio e frustra expectativa de recuperação mais acentuada

    Produção industrial cresceu 3,5% em relação ao ano anterior; vendas no varejo - um indicador importante da confiança do consumidor - subiram 12,7%

    Por Ellen Zhang e Kevin Yao, da Reuters

    A economia da China tropeçou em maio com o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo abaixo do esperado, aumentando as expectativas de que Pequim precisará fazer mais para sustentar uma recuperação pós-pandemia instável.

    A recuperação econômica vista mais cedo neste ano perdeu força no segundo trimestre, levando o banco central da China a cortar algumas das principais taxas de juros nesta semana pela primeira vez em quase um ano, com expectativas de mais por vir.

    “A recuperação pós-Covid parece ter terminado, um duplo mergulho econômico está quase confirmado e agora vemos riscos negativos significativos para nossas previsões de crescimento do PIB abaixo do consenso de 5,5% e 4,2% para 2023 e 2024, respectivamente”, disseram analistas do Nomura após os últimos dados.

    A produção industrial cresceu 3,5% em maio em relação ao ano anterior, informou a Agência Nacional de Estatísticas nesta quinta-feira, desacelerando em relação à expansão de 5,6% em abril e ligeiramente abaixo do aumento de 3,6% esperado pelos analistas em pesquisa da Reuters, uma vez que os fabricantes lutam com demanda fraca no país e no exterior.

    As vendas no varejo — um indicador importante da confiança do consumidor — subiram 12,7%, contra previsão de crescimento de 13,6% e desacelerando em relação aos 18,4% de abril.

    “Todos os dados até agora enviaram sinais consistentes de que o ímpeto econômico está enfraquecendo”, disse Zhiwei Zhang, presidente da Pinpoint Asset Management.

    Dados que vão desde pesquisas industriais e comércio até crescimento de empréstimos e vendas de casas mostraram sinais de fraqueza na segunda maior economia do mundo.

    Os dados fracos desafiaram as expectativas dos analistas de uma recuperação mais acentuada, dadas as comparações com o desempenho muito fraco do ano passado, quando muitas cidades estavam sob rígidos bloqueios contra a Covid.

    Analistas dizem que os números também reforçam a necessidade de mais estímulos, já que a China enfrenta riscos deflacionários, dívidas crescentes de governos locais, desemprego recorde entre jovens e enfraquecimento da demanda global.

    A adoção de estímulos com flexibilização da política monetária em larga escala seria o primeiro passo, disse Bruce Pang, economista-chefe da Jones Lang LaSalle. “Mas pode levar de dois a três anos para sustentar a lenta recuperação econômica.”

    Após os dados, o JP Morgan cortou sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China em 2023 de 5,9% para 5,5%. O governo estabeleceu uma meta modesta de expansão do PIB de cerca de 5% para este ano, depois de falhar em cumprir o objetivo de 2022.

    O banco central da China cortou nesta quinta-feira a taxa de juros de sua linha de crédito de médio prazo de um ano, a primeira vez em 10 meses, abrindo caminho para cortes nas taxas básicas de empréstimo de referência (LPR) na próxima semana.

    O movimento era esperado depois de o banco central cortar algumas taxas de curto prazo nesta semana.

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