É hora de pedir aumento? Como negociar seu salário em meio à pandemia
Pedir ou não pedir um aumento: eis a questão. Saiba como (ou não) negociar seu salário
Pedir ou não pedir um aumento? Eis uma das principais questões que passa pela cabeça de um profissional que está na mesma empresa há um bom tempo e acha que merece mais do que ganha. Junte isso ao fato de estarmos vivendo em meio à uma pandemia e pronto: o resultado é uma dúvida ainda maior.
Mas algumas decisões podem ser tomados para facilitar a negociação por um salário mais alto. A principal dica, contudo, é: cuidado.
“Nesses momentos precisamos ter um pouco de atenção, porque muitas vezes as pessoas e as empresas estão sofrendo economicamente, mas às vezes, não. Alguns setores da economia estão indo bem”, afirma Hugo Capobianco, especialista em carreira na consultoria Lee Hecht Harrison.
Confira abaixo algumas dicas de como (ou não) pedir um aumento:
Passo um:
Saúde financeira
Antes de pedir o aumento, segundo os especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business, é essencial que o funcionário tenha em mente o momento da empresa. Observe se a companhia está demitindo muitas pessoas, se está fazendo corte de gastos ou tem algum outro problema financeiro visível.
“A primeira coisa é avaliar se a empresa está prosperando, se tem dificuldades, quais são as possibilidades para receber um aumento ou algum tipo de bonificação”, explica Capobianco.
Depois dessa análise, o trabalhador está pronto para o passo dois.
Passo dois
Mostre resultados
Se a análise foi feita e o funcionário concluiu que, sim, a empresa tem as condições financeiras necessárias para oferecer um aumento, a hora é agora? Bom, ainda não.
Segundo especialistas, é o momento também de pensar em como tem sido seu desempenho na companhia, quais resultados são entregues e como isso pode servir de justificativa no momento de conversar com o chefe.
“Pense: por que eu quero um aumento? Em que estou me baseando? Tem que tomar muito cuidado para não entrar em questões como ‘porque mercado paga mais’, ‘porque outros profissionais são mais valorizados’. É preciso olhar dentro de si mesmo, não para fora”, afirma.
Capobianco também sugere que as pessoas evitem fazer comparações na hora de negociar o salário, como dizer para o chefe que “fulano na empresa faz o mesmo trabalho e ganha mais”. “Esse tiro pode sair pela culatra”, diz.
Nessa dica vale o ditado popular: “a comparação é o ladrão da alegria” (ou, nesse caso, pode ser o ladrão do seu aumento).
Passo três
Remoto ou presencial?
Com cada vez mais pessoas trabalhando em sistema híbrido, totalmente remoto ou totalmente presencial, surge a dúvida: em qual plataforma pedir aumento? Ou deixar para pedir somente quando o trabalho no escritório voltar?
A resposta é: depende. Se você trabalha remotamente, não há nada de errado em negociar seu salário via Zoom, WhatsApp, Google Meets ou Teams — prefira as chamadas por vídeo, assim você pode ver a reação do seu chefe. Se o trabalho é híbrido ou presencial, peça o aumento presencialmente (não deixe para mandar um “oi sumido” no WhatsApp depois do expediente).
“Hoje muitas empresas estão trabalhando de casa, então desde a contratação até a demissão é feita remotamente. O mesmo vale para pedir aumento”, diz. “Não é ruim pedir aumento remotamente. Se você trabalha presencial, e está pedindo o aumento virtualmente, aí não é legal.”
Frases para não falar de jeito nenhum na hora de pedir aumento
- “Meu colega X recebe mais. Por que eu não?”
- “O mercado paga melhor. Por isso mereço um aumento.”
- “Sou um ótimo [insira adjetivo aqui]”, mas sem mostrar resultados, números e melhorias que você pode trazer para a empresa.
E como pedir aumento do jeito certo?
Para Capobianco, pedir aumento do jeito certo é mais fácil do que parece: basta se respaldar nos resultados. “Preocupe-se com seus resultados tanto comportamentais, como dedicação, esforço e resolução de problemas, quanto profissionais. De certa forma, observando suas entregas e suas competências, e o quanto você entrega de fato para a empresa, pode ajudar a pedir um aumento”, diz.
