Trump fala sobre tarifas e petróleo em Davos; veja destaques
Presidente dos Estados Unidos participa do Fórum Econômico Mundial nesta quinta-feira (23)
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursa nesta quinta-feira (23) no Fórum Econômico Mundial em Davos.
Eleito em 2024 para um segundo mandato, o republicano foi empossado no cargo na segunda-feira (20).
Trump abriu seu pronunciamento afirmando que “essa foi uma semana histórica nos Estados Unidos. Três dias atrás fiz o juramento, e começamos a ‘Era Dourada da América’. […] Sob nossa liderança, a América está de volta e aberta para negócios”.
“Nosso país logo estará mais forte, próspero e mais unido do que nunca. O mundo todo será mais pacífico e próspero como resultado deste momento.”
Protecionismo
Trump afirmou que, contando com a maioria em ambas as casas legislativas dos EUA, sua administração vai promover o maior corte de impostos da história do país.
“Incluindo massivos cortes de impostos para trabalhadores e suas famílias, além de grandes cortes para produtores nacionais”, disse o republicano ao Fórum Econômico Mundial.
“Minha mensagem para todos os negócios do mundo é bem simples: venha produzir na América e vamos dar as menores taxas de qualquer nação da Terra. Mas se a decisão de vocês for de não produzir na América, simplesmente terão de pagar uma tarifa que deve direcionar até trilhões de dólares para o nosso Tesouro, fortalecer nossa economia e reduzir nosso déficit.”
O republicano disse que, durante sua administração, “não haverá melhor lugar para crescer seu negócio e gerar empregos do que no ‘bom e velho’ Estados Unidos”.
União Europeia
Trump voltou a apontar que há desequilíbrios na balança comercial entre os EUA e as economias com as quais negocia. Dentre as relações negativas para os EUA, o republicano voltou a apontar para as trocas com a União Europeia (UE) e a dificuldade de vender produtos norte-americanos ao bloco.
“Amo a Europa, mas países nos tratam de maneira injusta. […] A União Europeia tributa de forma prejudicial os produtos americanos, o que dificulta a exportação para o bloco. Ouvi de pessoas que o sistema de tarifação na União Europeia é muito pior do que o da China para os Estados Unidos”, afirmou o presidente dos EUA.
O republicano criticou o que avaliou como uma regulamentação excessiva no bloco, que atrasaria e afastaria o avanço de negócios na região.
Correções na economia
O presidente dos EUA avaliou que sua gestão tem como objetivo, nesse começo de mandato, consertar o que chamou de “desastres herdados” da administração Biden.
“Isso começa pelo confrontamento ao caos econômico causado pelas políticas falhas da última administração”, pontuou Trump. Dívida pública, política energética, regulações e taxações foram alguns dos pontos criticados por Trump em Davos.
“O resultado foi a pior crise inflacionária da história moderna e taxas de juros altíssimas para nossos cidadãos, e até ao redor do mundo. O preço dos alimentos e o de quase todas as coisas conhecidas pela humanidade estouraram o teto.”
Trump reiterou que assinou uma ordem executiva ainda em seu primeiro dia de mandato permitindo que os membros de seu gabinete usem “tudo que tiverem a sua disposição para acabar com a inflação e reduzir o custo cotidiano”.
Sustentabilidade e energia
Além de impostos, entraram na mira de Trump incentivos a carros elétricos e as políticas de sustentabilidade adotadas ao longo do governo Biden.
Em seus últimos dias no cargo, Joe Biden proibiu novas explorações de petróleo na costa dos EUA. Ao assumir o posto, o republicano derrubou a medida de Biden e declarou um estado de emergência energética no país.
“É muito importante. Emergencial nacional energética para desbloquear o ouro líquido que está sob nossos pés e pavimentar o caminho para aprovação rápida de novas infraestruturas de energia”, afirmou Trump nesta quinta.
Petróleo
O presidente argumenta que se os EUA aproveitarem ao máximo o petróleo que possuem, o país deve conseguir reduzir preços e se fortalecer como um polo industrial, podendo impulsionar-se na direção da inteligência artificial (IA) e dos criptoativos.
Trump ainda afirmou que irá conversar com a Arábia Saudita e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para derrubar os preços da commodity. O republicano disse ter ficado surpreso que os maiores produtores de petróleo do mundo não o tenham feito antes da eleição dos EUA.
O presidente dos EUA acredita que se os preços tivessem sido derrubados, “a guerra entre a Rússia e a Ucrânia teria acabado imediatamente”.
Além disso, Trump avalia que no caso de o petróleo ficar mais barato, o movimento daria espaço para as taxas de juros caírem nos EUA e, consequentemente, no mundo.
Juros dos EUA
Trump afirmou que demandará cortes na taxa de juros do Federal Reserve (Fed) imediatamente. O republicano avalia que as taxas deveriam ser reduzidas em todo o mundo, devido sua vitória nas eleições de 2024.
Na próxima quarta-feira (29), o Fed decidirá se haverá ou não novos cortes na taxa de juros dos EUA.
Ao longo de sua campanha para retornar à Casa Branca, Trump sinalizou interesse em interferir nas decisões de juros do banco central.
Desregulamentação
Segundo Trump, sua administração iniciou a maior campanha de desregulamentação da história, superando inclusive os esforços de seu primeiro mandato.
O republicano promete acabar com “10 antigas regulamentações para cada nova [que surgiu], o que logo deve colocar dezenas de milhares de dólares de volta aos bolsos das famílias americanas”.
