Dólar caminha para a segunda perda mensal consecutiva ante libra e euro
Desvalorização do dólar é consequência dos temores sobre a inflação dos Estados Unidos


Sob pressão nesta segunda-feira (31), o dólar caminhava para sua segunda perda mensal consecutiva ante a libra e o euro. O mercado avalia o impacto do aumento da inflação nos Estados Unidos antes da divulgação de dados de emprego no final desta semana.
Com os mercados de Londres e Nova York fechados para feriado, o índice do dólar ante as principais moedas caía 0,1%, para 90.044.
Na sexta-feira, dados sobre a inflação dos EUA mostraram uma alta em 29 anos e impulsionaram o dólar para a maior alta em duas semanas.
O euro ficou estável em US$ 1,2195, ante a baixa de sexta-feira de US$ 1,2133. A libra britânica caiu 0,1%, em US$ 1,4173.
No comércio do feriado, os investidores pesaram o impacto sobre os ativos dos EUA das crescentes pressões sobre os preços e um Fed (banco central norte-americano) dovish. Apesar do aumento da inflação, os mercados não esperam novo aumento nas taxas até o final de 2022.
Os preços ao consumidor, medidos pelo índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE), excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, aumentaram 0,7% em abril, após ganhar 0,4% em março. No acumulado de 12 meses até abril, o chamado índice de preços núcleo PCE saltou 3,1%. Isso se seguiu a um ganho anual de 1,9% em março.
O mercado considera os níveis atuais de inflação nos Estados Unidos como transitórios. A inflação do país no próximo ano permanecerá em 2,5%, escreveu Ulrich Leuchtmann, chefe de Moeda Estrangeira e Pesquisa de Commodities do Commerzbank, em nota.
“Isso não facilita o trabalho de fixar o preço do dólar”, disse ele. “Até que tenhamos mais clareza, o dólar provavelmente terá encontrado um bom equilíbrio nos níveis atuais”.
O Yuan chinês atingiu uma alta de três anos em relação ao dólar antes de cair após um coro de advertências de autoridades chinesas contra apostas especulativas na moeda.
O Yuan offshore mudou de mãos em 6,3698 por dólar após tocar durante a noite em seu maior valor desde maio de 2018 de 6,3553 por dólar.
O principal evento da semana será a divulgação de dados de emprego nos EUA, na sexta-feira, com previsões medianas de 650 mil aberturas de vagas, mas o resultado é incerto após o crescimento fraco de 266 mil em abril.