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    Dívida da Venezuela com o Brasil pode chegar a R$ 12,5 bilhões

    Além de US$ 1,5 bilhão com o BNDES, tem mais cerca de US$ 1 bi concedidos em exportação de produtos brasileiros ao país

    Raquel LandimFernando Nakagawada CNN , em São Paulo

    A delegação venezuelana pediu ao Brasil para consolidar sua dívida e propor um cronograma de pagamento durante a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Nicolás Maduro.

    Segundo apurou a CNN, o valor pode superar US$ 2,5 bilhões, o que significa R$ 12,5 bilhões no câmbio de hoje.

    Além de US$ 1,5 bilhão com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em projetos de infraestrutura, tem mais cerca de US$ 1 bilhão concedido em exportação de produtos brasileiros à Venezuela, de alimentos a aeronaves.

    No BNDES, US$ 722 milhões não foram pagos. Ainda há parcelas a vencer.

    Arte CNN

    Ao longo dos últimos anos, o BNDES concedeu US$ 1,507 bilhão em financiamentos a vários projetos de infraestrutura na Venezuela executados por empresas brasileiras.

    Apesar da inadimplência de US$ 722 milhões, o banco de fomento não ficou com o prejuízo, já que os pagamentos eram garantidos pelo Fundo de Garantia à Exportação (FGE).

    Então, o FGE cobriu boa parte dos pagamentos ao BNDES, e a dívida ficou com o Tesouro Nacional, que é o dono dos recursos do Fundo. Portanto, a dívida acabou sendo paga pelo contribuinte brasileiro.

    Ao todo, o FGE já cobriu US$ 682 milhões em dívidas da Venezuela. Uma parcela menor, de US$ 40 milhões, não foi paga e nem coberta pelo FGE.

    Ainda no BNDES, há outros US$ 84 milhões em parcelas a vencer.

    Entre os projetos financiados pelo banco brasileiro no país vizinho, estão a construção e ampliação do metrô de Caracas, construção da Siderúrgica Nacional, Estaleiro Astialba e o projeto de saneamento do rio Tuy, em Miranda.

    Todos os financiamentos eram concedidos porque os projetos eram liderados por construtoras brasileiras. Assim, o BNDES financiava a exportação de serviços brasileiros. Entre as empresas beneficiadas estavam grandes construtoras como a Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa.

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