Discos de vinil e Taylor Swift impactam juros e inflação do Reino Unido; entenda como
Cesta de inflação também revela hábitos mais saudáveis dos consumidores britânicos
Discos de vinil vão “rodar” a inflação do Reino Unido pela primeira vez desde 1992. A popularidade do formato de mídia vem sendo revivida no mundo, mas no país, o impulso de vendas veio principalmente pela cantora norte-americana Taylor Swift.
O Gabinete de Estatísticas Nacionais do Reino Unido (ONS, na sigla em inglês) publicou nesta segunda-feira (11) a sua atualização anual sobre a cesta dos mais de 700 bens e serviços que utiliza para medir a inflação.
Este ano, o ONS adicionou 16 itens e removeu 15 para refletir melhor em que os consumidores normalmente gastam seu dinheiro. E os LPs – que saíram da cesta do Reino Unido há mais de três décadas – voltaram com tudo nos últimos anos.
“Nossa cesta de bens inflacionários oferece um retrato fascinante dos gastos do consumidor ao longo dos anos”, disse o vice-diretor de preços do ONS, Matt Corder, em um comunicado.
“Muitas vezes a cesta reflete a adoção de novas tecnologias, mas o retorno dos discos de vinil mostra como o renascimento cultural pode afetar nossos gastos”, acrescentou.
O conteúdo do cesto de compras nacional é importante porque constitui a base para o cálculo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), uma das medidas de inflação que o Banco de Inglaterra irá considerar ao decidir quando começar a cortar as taxas de juro.
A inflação no Reino Unido desacelerou de 11,1% para 4%, mas permanece acima da meta de 2% do banco central.
Em 2023, 6,1 milhões de discos de vinil foram vendidos em território britânico, o maior número desde 1990, segundo dados da British Phonographic Industry (BPI), uma associação de gravadoras e gravadoras do Reino Unido.
“1989 (Taylor’s Version)” de Taylor Swift foi o que mais vendeu cópias.
A CEO da BPI, Jo Twist, disse na segunda-feira que era “totalmente natural” que o vinil fosse visto como um “indicador popular” de como as pessoas estão gastando seu dinheiro.
“Este formato tão apreciado tem visto a procura crescer consistentemente durante quase duas décadas, incluindo os consumidores mais jovens que usam streaming diariamente, mas também adoram ter a sua música favorita em formatos físicos”, acrescentou ela num comunicado.
Itens da cesta também revelam hábitos mais saudáveis
Outros novos itens na cesta deste ano destacam a adoção mais ampla de estilos de vida mais saudáveis.
Dentre eles estão air fryers, bolos de arroz, sementes de girassol e abóbora; além de óleos em spray, que aplicam com maior moderação e alguns dos quais contêm menos gordura do que os óleos de cozinha tradicionais.
“A ayr fryer consolidou seu lugar em muitas bancadas de cozinha nos últimos anos, com despesas aumentando mais de 30% entre 2021 e 2022”, disse o ONS.
Pão sem glúten também foi adicionado à cesta, refletindo o “crescente espaço nas prateleiras dedicado a produtos sem glúten”, acrescentou o ONS.
“Fora de moda”
Enquanto isso, o desinfetante para as mãos saiu da medida, pois a demanda caiu desde o fim da pandemia. Os sofás-camas também foram removidos devido à queda na popularidade.
Segundo o ONS, algumas das mudanças ajudam a reequilibrar a cesta, acrescentando itens para ampliar a cobertura ou retirando itens onde um tipo de produto pode estar sobrerrepresentado.
Por exemplo, “utensílios para assar”, incluindo assadeiras e formas para assar, foram removidos este ano depois que análises mostraram que seus movimentos de preços seguem um padrão semelhante ao das frigideiras, disse o ONS.
