Diretora do Fed defende novo corte de juros nos EUA se inflação mantiver desaceleração
O Fed cortou os juros em 50 pontos-base no mês passado e os investidores preveem uma redução de 25 pontos em novembro
A diretora do Federal Reserve, Adriana Kugler, defendeu nesta terça-feira (8) o corte na taxa de juros realizado pelo banco central dos Estados Unidos em setembro, acrescentando que apoiará novas reduções se a inflação continuar desacelerando, como ela espera.
O Fed cortou os juros em 50 pontos-base no mês passado e os investidores preveem uma redução de 25 pontos em novembro, uma vez que o mercado de trabalho está esfriando e as pressões inflacionárias continuam diminuindo.
“Embora eu acredite que o foco deva permanecer em continuar a trazer a inflação para 2%, apoio a mudança de atenção para o lado do emprego do mandato duplo do FOMC também”, disse Kugler, referindo-se ao Comitê Federal de Mercado Aberto, do qual ela é membro.
Ela argumentou que o mercado de trabalho já está começando a mostrar sinais de esfriamento e que o Fed está interessado em evitar um enfraquecimento mais acentuado.
“Não queremos uma desaceleração drástica no mercado de trabalho”, disse Kugler em uma conferência do Banco Central Europeu.
“Não queremos que o mercado de trabalho se enfraqueça tanto a ponto de causar dor indevida, quando, ao mesmo tempo, temos visto uma redução séria em termos de inflação.”
Mas Kugler também observou que o relatório de emprego da semana passada, que mostrou um salto maior do que o esperado na criação de vagas e uma queda na taxa de desemprego, foi um desenvolvimento bem-vindo, pois mostrou resiliência no mercado de trabalho.
Ela também argumentou que o Fed não baseará suas decisões em um único indicador e, em vez disso, analisará as tendências, que estão mostrando claramente que o arrefecimento começou a se estabelecer no mercado de trabalho.
“Se o progresso da inflação continuar como eu espero, apoiarei cortes adicionais na taxa de juros para avançar em direção a uma postura política mais neutra ao longo do tempo”, disse Kugler. “Se os riscos de queda para o emprego aumentarem, pode ser apropriado mudar a política monetária mais rapidamente para uma postura neutra.”