Desoneração da folha de pagamento divide o mercado, afirma economista
Compensação para a Previdência acaba recaindo sobre o Tesouro Nacional, diz Murilo Viana
A desoneração da folha de pagamento de empresas por mais dois anos é uma proposta que divide o mercado, explicou o economista e especialista em contas públicas Murilo Viana em entrevista à CNN neste domingo (14).
“Esse tipo de medida de prorrogação de incentivos fiscais, desonerações, gastos tributários, acontecem quando está chegando no término de vigência do prazo de vencimento e tende a ir sendo prorrogado. Dessa vez não é diferente, estamos presenciando novamente esse tipo de situação no governo Bolsonaro. É o tipo de política que divide o mercado. Os setores que usufruem apoiam, mas no mercado como um todo existe uma preocupação de como vai acomodar esse tipo de política do ponto de vista do teto de gastos”, afirma.
“Num primeiro momento acontece uma perda de arrecadação pela mudança na forma de se cobrar a contribuição patronal, porém o Tesouro Nacional é obrigado a cobrir essa perda. Quando acontece esse desembolso, impacta o teto de gastos. Isso divide um pouco o mercado, porém existe um componente político: como o governo tem dificuldades na aprovação da PEC dos Precatórios, vê como uma forma de colocar uma parcela dos empresários para pressionar o Senado em prol da aprovação. O governo ganha um aliado nesse tipo de proposta”, diz Viana.