Desemprego deve manter queda, mas será desafio para BC no futuro, dizem economistas
Taxa de desocupação recuou a 6,4% no 3º trimestre, menor patamar para o período desde o início da série histórica, em 2012
A taxa de desocupação no Brasil atingiu 6,4% no terceiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme dados publicados nesta quinta-feira (31).
Este é o menor patamar para o período encerrado em setembro desde o início da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em 2012.
Economistas ouvidos pela CNN veem cenário positivo para o mercado de trabalho no próximo trimestre e desafios para Banco Central (BC) para realizar a manutenção de sua política monetária sem afetar a taxa de ocupação.
Daniel Duque, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), afirma que o mercado de trabalho está aquecido no momento, com crescimento na ocupação, tanto formal como informal.
“No momento, o aperto da política monetária, que faz parte de um ciclo iniciado a dois meses, ainda não afetou o mercado de trabalho. O cenário irá manter a manutenção da ocupação, sendo uma possível reversão desse aquecimento só acontecer em 2025.”
O economista explica que o aumento da taxa de juros pelo BC irá afetar as vagas de trabalho somente após o primeiro semestre do próximo ano. No curto prazo, Duque indica que o mercado de trabalho deve manter robustez vista nos últimos períodos.
“É possível notar o perceptível aumento de profissionais informais, por exemplo, indicando um cenário de manutenção da ocupação, em que as pessoas desocupadas passaram a buscar oportunidades de trabalho.”
Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo Corretora, ressalta que, quando ajustada pela sazonalidade, a taxa de desemprego caiu de 6,5% para 6,4% na passagem de agosto para setembro, atingindo o menor patamar da série histórica desde maio de 1999.
“Desempenho sólido deverá sustentar o crescimento do consumo das famílias nos próximos meses. As perspectivas para o final do ano são muito positivas, mas o mercado de trabalho apertado deverá manter a ociosidade da mão de obra baixa, constituindo um desafio para o Banco Central promover a convergência da inflação à meta.”
Apesar do desafio, ele destaca o crescimento do emprego formal com carteira assinada, que alcançou 49,7 milhões de pessoas, apontam para perspectivas positivas para o final do ano.
“Sazonalmente ocorre um aumento do emprego temporário em diversos setores, o que indica que o desemprego poderá continuar caindo, aproximando-se de 6,0% em dezembro. A combinação de aumento da renda e crescimento da ocupação será um importante fator de impulso para o crescimento da economia no final do ano.”
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