Usina nuclear de Angra 2 será religada ao Sistema Interligado Nacional no dia 7
Falha no gerador elétrico principal da unidade foi o motivo da interrupção do funcionamento; reator está desligado


A usina nuclear de Angra 2, na Costa Verde do Rio de Janeiro, terá suas operações retomadas no próximo domingo (7), quando será religada ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O anúncio foi feito nesta segunda-feira (1º), pela estatal Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras. As operações da unidade estão suspensas desde as 10h54 do último dia 29 (sexta-feira).
De acordo com a Eletronuclear, a usina foi desconectada do SIN por conta do desarme do conjunto turbogerador. O fato ocorreu pela atuação automática de um circuito de proteção que integra o gerador elétrico principal. Os reparos já foram iniciados.
“Todos os sistemas da usina operaram conforme esperado, mantendo a unidade numa condição segura”, informou a estatal, que destacou ainda que a alimentação elétrica da unidade está preservada.
De acordo com a empresa, o reator de Angra 2 continuará desligado até que a usina esteja em condições de retomar as operações. “O evento não apresentou qualquer risco à segurança da usina, aos trabalhadores da empresa, à população ou ao meio ambiente”, conclui a Eletronuclear.
Inaugurada em 2001, Angra 2 tem capacidade instalada de 1,35 mil megawatts (MW), o suficiente para atender 20% da demanda de energia do estado do Rio de Janeiro. Ela integra o complexo nuclear de Angra dos Reis, que tem ainda Angra 1, com 651 MW de capacidade instalada.
O parque inclui ainda uma outra unidade, Angra 3, que teve suas obras iniciadas em 1984, mas que estão paradas desde 2015, por conta dos escândalos de corrupção da Operação Lava-Jato. A Eletronuclear pretende retomar a construção do prédio que abrigará o reator e já fez licitação, que segue em análise pela Eletrobras, para liberação dos recursos.
Com a intenção do governo federal de privatizar a Eletrobras, as operações nucelares ficarão fora da negociação, uma vez que a Constituição Federal determina que a atividade só pode ser gerida pelo estado.
Assim, os ativos da Eletronuclear, assim como os de Itaipu Binacional, ficarão por conta de uma nova estatal, a Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBpar).