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    ‘Desafio do Brasil é ter qualidade de gasto’, diz ministro da Infraestrutura

    Tarcísio Gomes de Freitas destacou a necessidade de concessões à inciativa privada, em meio ao corte de mais de R$ 3,5 bi no orçamento da pasta

    Entrevista de Raquel Landim, da CNN

    Em entrevista exclusiva à analista de economia da CNN, Raquel Landim, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, disse estar preocupado com a situação fiscal, a demora nas reformas, o Orçamento engessado e poucos recursos para investimentos públicos. 

    Ele falou sobre os leilões que vêm sendo realizados. “Felizmente o Brasil é um país de muitas oportunidades, com excelentes ativos e isso desperta a atenção dos investidores, que estão acolhendo nossos projetos e participando dos leilões. Temos que ser mais eficientes que outros países para trazer investimento”. 

    Freitas comentou também o que leva os investidores a fugirem do Brasil a curto prazo. “Estamos tendo um boom de commodities, temos um sistema financeiro consolidado o que pega é a percepção de até que ponto o Brasil tem compromisso com a solvência. Se conseguirmos demonstrar para o mercado que o Brasil vai fazer o dever de casa sem se afastar dos pilares fiscais, veremos a situação se estabilizando. Teríamos condição de hoje estar com o câmbio a R$ 4,80 ou R$ 4,70, não estamos por causa dessa percepção de risco fiscal”, explica.

    O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (29.abr.2021)
    O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas (29.abr.2021)
    Foto: Reprodução/CNN

    O ministro falou sobre o corte no orçamento de R$ 3,5 bilhões em sua pasta. “Vamos continuar oferecendo projetos para a iniciativa privada, pois quanto mais fizermos isso, mais alivio o orçamento do ministério. Temos que fazer a manutenção dos ativos e a conclusão de obras em andamento. Vamos procurar recompor da melhor maneira possível. Inegavelmente vamos chegar em julho, agosto, e teremos dinheiro sobrando em algum lugar”, espera.

    Mudanças no Orçamento no futuro são necessárias, aponta. “Ao longo do tempo não se fez o dever de casa. A gente tem passado por um momento de despesas obrigatórias e o espaço para despesas discricionárias está cada vez menor. O desafio do Brasil é de qualidade de gasto. A realidade vai se impor e todos vão perceber que não dá para ficar com o Orçamento engessado como está. 

    Eleições 2022

    Tarcísio falou ainda sobre ser vice de Bolsonaro em 2022. “Agradeço a confiança das pessoas e do próprio presidente, só que não existe essa conversa, não tem essa possibilidade. O sucesso que temos com os investidores, de certa forma, é por causa dessa blindagem que damos ao ministério, não deixamos a política entrar”, afirmou. 

    (Publicado por Juliana Elias)

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