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    Desaceleração do crescimento global impulsiona desigualdade em países, diz diretora do FMI

    Kristaina Georgieva argumenta que países em desenvolvimento podem ampliar receitas em até 9% do PIB com reformas tributárias "inteligentes"

    Estadão Conteúdo

    A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristaina Georgieva, alertou para uma desaceleração no crescimento global, que segue avançando a um ritmo muito menor do que o pré-pandêmico, a 3,2% ao ano, contra a média de 3,8% nos primeiros 20 anos deste século.

    Ela destaca que períodos de crescimento baixo durando quatro anos ou mais tendem a aumentar a desigualdade de renda em países em quase 20%, e as projeções de crescimento no médio prazo continuam indicando para a “maior desaceleração em décadas”.

    “Durante períodos de estagnação, a criação lenta de empregos e o crescimento salarial aumentam o desemprego estrutural e reduzem a parcela da renda de um país que flui para os trabalhadores”, escreveu Georgieva em análise publicada no blog do FMI.

    A líder do fundo diz que, para aumentar o crescimento no médio prazo e combater a desigualdade, os países devem impulsionar a produtividade com medidas para promover a competição e melhorar o acesso a financiamento, sem limitar os ganhos a grandes empresas.

    Além disso, Georgieva recomenda reformas e políticas fiscais progressivas, para ampliar a arrecadação e tirar a pressão de camadas mais vulneráveis da sociedade.

    Ela argumenta que países em desenvolvimento podem ampliar suas receitas em até 9% do Produto Interno Bruto (PIB) com reformas tributárias “inteligentes”.

    Por fim, a diretora-gerente destacou a necessidade de ampliar uma rede global de segurança financeira para países em vulnerabilidade, como forma de contornar crises ambientais e garantir que o crescimento mundial será uniforme, e não concentrado em grandes economias.

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