Demanda por shows no Brasil cresce 276% em um ano, mostra levantamento
Volta de casamentos, aniversários e formaturas impulsionou retomada no setor no segundo trimestre de 2022
Após sofrer com os efeitos da pandemia, o mercado de eventos registrou um crescimento de 179% na procura por profissionais que atuam na área no segundo trimestre de 2022, em comparação com o mesmo período do ano passado. E as bandas e cantores são os mais requisitados: a demanda por shows ao vivo aumentou 276% para casamentos, aniversários e formaturas.
Os números fazem parte de um levantamento da plataforma de contratação de serviços GetNinjas, que também traz os gêneros musicais mais solicitados: forró, sertanejo e pagode. Além da procura por músicos, a pesquisa ainda aponta para o crescimento da busca por serviços de buffet completo, que subiu 254%, e fotógrafos, que teve a demanda expandida em 166%, não só para eventos, mas também para sessões em estúdio.
Os números da GetNinjas coincidem com o cenário visto pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape). A entidade notou um crescimento acentuado nas vendas, especialmente na comparação com o período pré-pandemia.
Para Doreni Caramori, presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), o movimento de alta decorre de dois fatores: a retomada do setor após a pandemia e o desejo das pessoas de consumir cultura e frequentar eventos.
“Há o movimento da paralisação do setor pela pandemia e a manutenção do desejo pelas pessoas. Algumas atividades foram substituídas, mas para os eventos, lazer e entretenimento não houve substituto”, afirma Caramori. “Se restringiu a oferta, mas a demanda foi mantida”, completa.
O presidente da Abrape ressalta, no entanto, que o aquecimento do setor ainda não resultou em recuperação dos lucros das empresas do setor. Ele aponta que o cenário é positivo, mas ainda há obstáculos:
“O resultado é bom, mas é importante olhar com cautela. A garantia da manutenção do padrão tem exigido um custo muito maior, já que o setor não demandou por dois anos e os profissionais precisaram se realocar – o montador de palco virou motorista por aplicativo. Então precisa terceirizar, contratar pessoas, o que diminui a margem do negócio”, explica o presidente da Abrape. E conclui: “Tem euforia, mas tem desafios.”
*Sob supervisão de Helena Vieira