Davos busca respostas para novos problemas sem esquecer dos velhos temas
Em volta de formato presencial, líderes terão um dos cenários geopolíticos e econômicos mais conturbados nos quase 50 anos do evento



O Fórum Econômico Mundial começa neste domingo, 22, em Davos com um dos cenários geopolíticos e econômicos mais conturbados nos quase 50 anos do evento.
O noticiário mostra que há uma série de problemas conjunturais e que precisam de resposta no curto prazo. Ao mesmo tempo, porém, a elite mundial não quer perder de vista o compromisso histórico que está no DNA do grupo e também parece ameaçado: a globalização.
Ao menos 2.500 líderes mundiais se reúnem até quinta-feira (26) nos Alpes Suíços com uma pauta cheia: Guerra na Ucrânia, crise energética, inflação acelerada e os desafios da saída da pandemia são alguns dos grandes temas que surgiram nos últimos meses.
O Fórum quer ser palco para que os líderes globais tentem afinar o discurso em busca de respostas para tantos problemas.
O principal temor parece ser a guerra da Ucrânia, país que está a menos de 1.000 quilômetros do território suíço. Os riscos potenciais dessa guerra e o insondável pensamento de Vladimir Putin assombram Davos. Putin, aliás, já foi recebido e ouvido pelo Fórum em 2009, mas, definitivamente, eram outros tempos.
Para além da guerra, Davos vai tentar mapear soluções para a difícil situação econômica mundial: como sair efetivamente da pandemia diante de tantas incertezas – como a crise energética, problemas nas cadeias de produção e disparada da inflação. O temor é que tudo isso aborte a retomada do crescimento da economia global.
Não bastassem tantos problemas conjunturais, o Fórum tem a missão de não esquecer dos problemas estruturais, de longo prazo. A mudança climática, por exemplo, é tema frequente em várias discussões previstas para os próximos dias.
Nessa pauta de longo prazo, outro item assusta a elite mundial: o risco de ‘desglobalização’.
Após décadas de abertura de fronteiras e liberdade para pessoas, mercadorias e capitais, o mundo parece diante de uma guinada com mais protecionismo e fronteiras fechadas.
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Em 2022, Fórum Econômico Mundial, na cidade de Davos, na Suíça, retoma formato presencial • Benedikt von Loebell/World Economic Forum
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De 22 a 26 de maio, Fórum Econômico Mundial, em Davos, reúne líderes de países, ministros, banqueiros centrais e representantes do setor privado • Benedikt von Loebell/World Economic Forum
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Edição de 2022 do Fórum Econômico Mundial tem previsão de fala dos presidentes de Ucrânia e Colômbia, do premiê da Espanha, do chanceler da Alemanha e da presidente do Banco Central Europeu (BCE) • Benedikt von Loebell/World Economic Forum
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Brasil será representado no Fórum Econômico Mundial pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano • Benedikt von Loebell/World Economic Forum
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Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, acontece de 22 a 26 de maio • World Economic Forum/Pascal Bitz
Essa aversão ao diferente que é observada há alguns anos, em movimentos como a eleição de Donald Trump em 2016. O tema, porém, parece que ganhou fôlego com a pandemia e a guerra na Ucrânia. Tudo isso gerou a percepção em vários líderes mundiais de que é preciso depender menos de outros países.
Davos quer mostrar que eles estão errados.