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    Cybertruck da Tesla já pode ser comprado por cerca de US$ 80 mil

    Quatro anos após anúncio, Cybertruck chega ao mercado

    Peter Valdes-Dapenada CNN

    O CEO da Tesla, Elon Musk, prestigiou a entrega do tão esperado Cybertruck da empresa, quatro anos após ter sido apresentado pela primeira vez.

    Mas, embora não houvesse muitas informações novas desde a apresentação original, um novo preço foi publicado no site da Tesla pouco tempo depois.

    Com um valor inicial de US$ 60.990 (cerca de R$ 297.100) antes dos créditos fiscais federais, o Tesla Cybertruck custa pouco mais de US$ 20.000 (R$ 97.426) do que o modelo básico que foi originalmente discutido na estreia do veículo, em 2019.

    A empresa disse originalmente que o Cybertruck custaria menos de US$ 40.000 (R$ 194.852), mas a pandemia e um período subsequente de inflação elevada forçaram a empresa a se afastar dessa promessa.

    Se alguém quiser um em 2024, tem que estar preparado para desembolsar quase US$ 80.000 (R$ 389.704). Os modelos já estão disponíveis para realizar o pedido no site oficial da montadora, mas serão entregues ao público somente no próximo ano.

    Já o modelo “top de linha”, revelado como “Cyberbeast”, só vai estar disponível a partir de 2025, segundo informações do site da Tesla

    Embora o evento tenha tido o típico flash de Musk, com prognósticos grandiosos sobre “o futuro” e vídeos de Cybertrucks atravessando o gelo, ele forneceu muito poucas informações novas.

    Mesmo o preço no site da Tesla, que permitia às pessoas fazer um depósito de US$ 250 para fazer seu pedido, não incluía experiências tradicionais de compra de carros, como a escolha de opções.

    Não houve discussão sobre aspectos práticos como espaço no porta-malas dianteiro ou qualquer coisa além da estimativa de alcance de 250 milhas (pouco mais de 400 quilômetros) existente da empresa.

    Só em termos de custo, o Cybertruck está entrando em um mercado de veículos elétricos lotado de modelos nessa mesma faixa de preço. Não são apenas picapes, mas também SUVs.

    É um fator que já está diminuindo as vendas de alguns veículos elétricos, especialmente no mercado de luxo, uma vez que os fabricantes de automóveis inundaram essa faixa de preços enquanto tentam iniciar suas operações de produção elétrica.

    Ele também se vangloriou de seu desempenho “semelhante ao de um carro esportivo” e mostrou um vídeo do Cybertruck rebocando um Porsche 911 em um trailer enquanto ele próprio pilotava um Porsche 911 em uma pista de arrancada.

    Para ser justo, os carros esportivos Porsche 911 não são vendidos com base na aceleração bruta. Nem, é claro, as picapes, então não está claro até que ponto isso será um ponto de venda.

    Mas o site da Tesla fornece esse valor de aceleração apenas para a versão Cyberbeast da caminhonete, que custa quase US$ 100 mil (R$ 487mil).

    A capacidade de reboque de 11.000 libras (5,5 toneladas) do caminhão, também mencionada na apresentação, é mostrada apenas nas versões com tração integral que custam US$ 80 mil ou US$ 100 mil.

    A faixa de preço do caminhão pode não ser um grande problema em comparação com os caminhões de última geração já existentes no mercado, disse Brian Moody, editor executivo da Kelley Blue Book. A Tesla é limitada na faixa de preços que pode oferecer.

    “Como a Tesla tem basicamente uma versão do caminhão com algumas pequenas modificações, eles não têm a vantagem de ter um caminhão de preço muito baixo, bem como um caminhão muito alto, resistente e supercapaz”, disse Moody em um email.

    A Tesla tem cerca de 2 milhões de reservas para o Cybertruck, de acordo com uma estimativa do analista da Wedbush Securities, Dan Ives, que está otimista em relação à empresa.

    Ele disse que espera que apenas 30% a 40% dessas reservas sejam convertidas em vendas. O maior problema podem ser as complicações de produção que Musk admite que a empresa enfrenta ao tentar aumentar a produção do caminhão, especialmente com a concorrência das picapes elétricas da Ford, GM e Rivian.

    “É uma tarefa hercúlea aumentar a produção, mas a Tesla já esteve aqui antes”, disse ele, referindo-se a lançamentos de produtos anteriores, como o sedã Modelo 3. Mas ele advertiu: “é um mercado muito mais complexo para eles navegarem”.

    Parecendo um parente próximo de um eletrodoméstico de última geração, o Cybertruck não se parecia com nada na estrada quando foi lançado pela primeira vez em 2019, e ainda não é.

    Destacar-se era exatamente o objetivo de sua aparência estranha e angular toda em metal: Musk esperava fazer uma declaração com algo que não fosse apenas mais um grande caminhão.

    Mas as capacidades do Cybertruck, como potência e alcance, não se destacam exatamente. O mercado mudou nos últimos quatro anos durante o desenvolvimento e atrasos da Tesla. Isso significa que, sob sua pele brilhante, a nova picape sofisticada da Tesla agora é muito mais comum, mesmo antes da primeira chegar à garagem do cliente.

    Atrás da concorrência

    Os motores elétricos podem fornecer muita potência de reboque e transporte e o tamanho simples de um caminhão permite muitas baterias e longo alcance. A Tesla não é a única montadora a perceber esse potencial.

    Desde a estreia original, há quase exatamente quatro anos, a Ford começou a vender a picape elétrica F-150 Lightning, e as picapes Rivian R1T tornaram-se bastante comuns nas estradas americanas. Mais recentemente, a General Motors iniciou a produção da picape elétrica Chevrolet Silverado EV. O caminhão elétrico Ram 1500 Rev da Stellantis também entrará em produção no final de 2024.

    Esse não é um ambiente livre de concorrência como era na época, e os recursos do Cybertruck não parecem tão notáveis quanto há quatro anos. Muitos desses outros caminhões têm recursos que se aproximam e, em alguns casos, podem até superar os da Tesla.

    Dificuldade em produzir

    Musk também falou diversas vezes sobre a dificuldade de fabricar o Cybertruck devido ao seu design radical.

    O caminhão é feito de aço inoxidável sem pintura, um material que geralmente não é usado em veículos, porque a durabilidade do material que Musk elogiou dificulta a construção e o reparo.

    O tipo de máquina normalmente usada em fábricas de automóveis para dobrar rapidamente o metal em forma tende a ter dificuldades com um material tão forte quanto o aço inoxidável.

    Ela também tem um design monobloco, em vez de ter uma carroceria e um chassi separados, como acontece com a maioria das picapes grandes. A construção “unibody” é mais típica de SUVs crossover e picapes pequenas e leves, como o Ford Maverick.

    Em geral, as montadoras usam projetos de carroceria sobre chassi para caminhões pesados devido à resistência e flexibilidade que proporcionam ao puxar cargas pesadas.

    “Haverá enormes desafios para atingir o volume de produção com o Cybertuck e para tornar o fluxo de caixa do Cybertruck positivo”, disse Musk em uma recente chamada com investidores.

    Vantagens desaparecendo

    Uma vantagem que o Cybertruck poderia ter é seu tamanho total. De acordo com a Tesla, o Cybertruck tem menos de 19 pés (6 metros) de comprimento, o que é um pouco menor do que outros caminhões de tamanho normal. Mas a Tesla afirma que sua caçamba de carga, com mais de 6 pés (2 metros) de comprimento, é um pouco maior do que a média.

    Mas, para esse comprimento geral curto da carroceria, o Cybertruck poderia sacrificar o armazenamento frontal. Ele não tem um capô longo como o de outras picapes, incluindo as elétricas da Ford e da GM. Isso pode significar que a Tesla tem menos espaço no “frunk” – ou porta-malas dianteiro.

    O amplo espaço frontal funcional tem sido um grande ponto de venda para o caminhão da Ford, em particular.

    A capacidade de carga útil do Cybertruck, o peso que ele pode carregar em sua caçamba de carga, também é um pouco maior do que a dos concorrentes atualmente em produção. O Ford F-150 Lightning pode carregar até 2.200 libras (1,1 tonelada)

    Novamente, porém, a Ram 1500 Rev poderá transportar até 2.700 libras (1,3 tonelada) a mais do que o Cybertruck.

    *Com informações de Chris Isidore, da CNN Internacional

    Veja também: Carro elétrico volta com força ao mercado

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