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    Custos com energia e alimentos foram os que mais subiram com inflação, diz ONU

    Nos últimos três meses, 71 milhões de pessoas no mundo se tornaram pobres, impactadas pela crise econômica

    Lucas Janoneda CNN Rio de Janeiro

    A pressão inflacionária tem atingido em cheio grande parte da população mundial. E os efeitos mais perceptíveis do indicador aparecem no custo dos alimentos e no preço da energia elétrica, segundo um estudo elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), ramificação da ONU.

    Segundo o levantamento, o alto custo da energia mundial tem relação com a escalada no preço do petróleo internacional, que sobe desde o início do ano, assim como a maior parte das commodities mundiais.

    Já o aumento no valor dos alimentos é associado a dois movimentos recentes. A colheita mundial abaixo do esperado, em função de problemas ambientais, como a escassez hídrica no sul da Itália, e também ao confronto armado no leste europeu, que está impossibilitando o escoamento de grãos tanto da Ucrânia como da Rússia.

    A análise feita pelo PNUD leva em consideração todos os 159 países em desenvolvimento, tem como referência os meses entre março e maio, e utiliza como base comparativa a porcentagem da população de cada nação que entrou na linha da pobreza.

    Os países mais impactados pelo aumento dos preços são os da África, segundo o estudo. Em média, nações como a Ethiopia, Mali, Nigeria, Sierra Leone, Tanzania and Yemen tiveram o número de pessoas na linha da pobreza acrescido em 5%.

    O Brasil, por sua vez, teve um impacto moderado, com uma entrada de quase 1% da população brasileira na linha da pobreza nos últimos três meses, aponta o levantamento. Na prática, a análise fala em quase dois milhões de brasileiros que passaram a viver com dificuldades financeiras.

    “Os aumentos de preço sem precedentes significam que, para muitas pessoas no mundo todo, a comida que elas podiam comprar ontem não é mais acessível hoje”, afirma o administrador do PNUD, Achim Steiner.

    “Essa crise de custo de vida está levando milhões de pessoas à pobreza e até à fome, a uma velocidade de tirar o fôlego e, com isso, a ameaça de aumento da agitação social cresce a cada dia”, completou.

    O estudo feito pelo PNUD estima que, ao todo, a inflação e o aumento no preço levaram mais de 71 milhões de pessoas no mundo à situação de pobreza desde março. E para reverter a situação, o instituto propõe que as transferências diretas de recurso para essa população é a melhor alternativa

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