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    “Crise na Argentina é ruim para turismo brasileiro”, diz presidente da Embratur

    Número de turistas argentinos no Brasil caiu mais de 65% de 2017 a 2020; governo busca novos mercados, como Colômbia e América Central

    Lucas JanoneFilipe Brasilda CNN no Rio de Janeiro

    Os problemas econômicos enfrentados pela Argentina impactam diretamente no turismo brasileiro, já quase 35% de todos os estrangeiros que visitam o Brasil são argentinos, afirmou o presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Silvio Nascimento, à CNN.

    Em junho, a inflação na Argentina chegou a 64% no acumulado de 12 meses. Segundo o Instituto Nacional de Estatística e Censos do país, é a maior alta generalizada de preços em 30 anos.

    Com esse cenário, quase 40% dos argentinos estão em situação de pobreza. Outro fator com efeito sobre as viagens internacionais é a taxa cambial. Atualmente, R$ 1 vale mais de 20 pesos argentinos.

    “O turismo brasileiro sofre muito com os problemas na Argentina, pois lá existe uma recessão econômica e o número de argentinos que visitavam o Brasil está despencando”, disse.

    “Mas estamos avançando gradualmente para buscar novos mercados em busca de substituição”, destacou Silvio Nascimento.

    De acordo com dados do Ministério do Turismo, após um pico em 2017 o número de turistas argentinos no Brasil vem caindo:

    • 2014 – 1,7 milhão
    • 2015 – 2 milhões
    • 2016 – 2,2 milhões
    • 2017 – 2,6 milhões
    • 2018 – 2,4 milhões
    • 2019 – 1,9 milhão
    • 2020 – 887,8 mil

    Para cobrir a queda de mais de 65% na presença dos argentinos, a Embratur busca novos mercados até então pouco explorados, como pessoas vindas da Colômbia e de países da América Central.

    Segundo a agência, a estratégia vem dando certo. A companhia aérea colombiana de baixo custo VIVA AIR, por exemplo, entrou em operação no Brasil com três voos semanais entre Medellín e São Paulo, com uma oferta de 564 assentos.

    Para a Embratur, essa entrada demonstra que o Brasil tem se reposicionado no turismo internacional.

    “Sempre investimos muito na Argentina, mas depois de toda a crise vivida por lá, estamos buscando outros mercados. E estamos nos saindo muito bem”, afirmou o presidente da Embratur.

    “Mantivemos nossas posições em locais que já trabalhávamos bem, como os Estados Unidos, e fomos atrás de outros locais como Colômbia e países da América Central. Nossa expectativa para o futuro é muito boa no quesito turismo brasileiro”, pontuou.

    Nos primeiros cinco meses deste ano, mais de um milhão de turistas internacionais visitaram o Brasil. A meta é dobrar esse número até o fim do ano.

    De acordo com Silvio Nascimento, a demanda de estrangeiros saltou 680% nos primeiros seis meses de 2022, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Apesar disso, o país ainda está longe dos 6 milhões anuais de visitantes estrangeiros, patamar anterior à pandemia.

    A retomada do setor de turismo aparece no número de voos mensais, que chegou a 3.547 em maio, uma alta de 312% em relação ao mesmo período de 2021, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

    De janeiro a maio, foram criados ou retomados 84 voos, além de 36 frequências adicionais que entraram em operação. Até fevereiro de 2023, estão previstos 122 voos a mais vindos de 17 países e 48 frequências adicionais.

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