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    Criptomoedas em queda: bitcoin chega ao menor preço desde dezembro de 2020

    À época, a moeda digital foi cotada a US$ 29.001; nesta manhã, estava a US$ 29.367

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O bitcoin opera em queda desde o começo de maio  – acompanhando as baixas das ações de tecnologia, nos Estados Unidos – os setores são prejudicados pela alta da taxa de juros norte-americana. E, na última semana, a cotação da moeda piorou após a divulgação de dados sobre a economia chinesa.

    Por volta das 10h, horário de Brasília, a cotação da moeda digital ficou em US$ 29.367 – o menor valor em quase 17 meses. O preço é o mais baixo desde 30 de dezembro de 2020 (US$ 29.001), e está distante das máximas atingidas em novembro do ano passado, quando a criptomoeda ultrapassou os US$ 60 mil.

    Porém, por volta das 16h, a moeda digital era cotada a US$ 29.855, uma leve valorização se comparado com o preço da manhã, de 1,16%.

    Segundo o especialista em investimentos Fabio Louzada, o cenário é de aversão ao risco, com três fatores sendo determinantes para as quedas no preço do ativo: inflação nos EUA; guerra entre Rússia e Ucrânia e lockdown na China.

    A guerra na Ucrânia e as consequentes sanções impostas à Rússia afetam a cadeia de suprimentos, fazendo com que os produtos fiquem mais caros. Essa inflação impacta especificamente os Estados Unidos, que tomou medidas combativas refletidas no aumento dos juros, o que deixa ativos mais voláteis, como as criptos, um investimento mais arriscado.

    Em 4 de maio, o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) elevou a taxa de juros do país em 0,5 ponto percentual, a maior alta em mais de 22 anos. Com isso, ela passou a ser de 0,75% a 1% ao ano. No mesmo dia, o Copom (Comitê de Política Monetária) subiu a taxa Selic para 12,75% ao ano.

    Já o resultado da balança comercial chinesa de abril reforçou temores de uma forte desaceleração da economia global e, por consequência, gerou uma aversão a riscos, o que prejudica ativos considerados mais arriscados, caso das criptomoedas, e favorece outros vistos como mais seguros, como o dólar – as exportações do país atingiram os menores níveis em dois anos.

    Mais motivos

    Ao mesmo tempo, Matt Dibb, diretor de operações da plataforma de criptomoedas Stack Funds, afirma que outros fatores para o declínio na cotação na última semana – bitcoin fechou na sexta-feira (6) em torno de US$ 36 mil – foram a baixa liquidez do mercado de criptomoedas e também temores de curta duração de que a stablecoin algorítmica chamada Terra USD poderia deixar de ser atrelada ao dólar.

    A UST é observada de perto pela comunidade de moedas digitais, tanto por causa da nova maneira pela qual mantém sua indexação ao dólar 1:1, quanto porque seus criadores estabeleceram planos para montar uma reserva de US$ 10 bilhões em bitcoins para apoiar a stablecoin, o que significa que a volatilidade na UST poderia potencialmente se espalhar para os mercados de bitcoin.

    “Acho [ainda] que tudo dentro da criptomoeda [bitcoin] ainda é classificado como um ativo de risco e, semelhante ao que vimos com o Nasdaq, a maioria das criptomoedas está sendo atacada”, disse Dibb.

    O índice Nasdaq caiu 1,5% na semana passada e perdeu mais de 22% no acumulado do ano, prejudicado pela perspectiva de inflação persistente forçando o Federal Reserve a aumentar juros. O Nasdaq recuava 2,75% perto do fechamento da sessão desta quarta-feira (11)

    *Com informações de Sofia Kercher e João Malar, do CNN Brasil Business, e da Reuters

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