Credit Suisse aceitou contas de criminosos, revela vazamento; banco nega
Banco é um dos maiores do mundo, o que vem causando alvoroço no mercado
Um vazamento de dados do Credit Suisse, ao qual um consórcio internacional de imprensa teve acesso, revelou detalhes de mais de 18 mil clientes, entre eles estariam criminosos, ditadores e traficantes. O banco é um dos maiores do mundo, o que vem causando alvoroço no mercado.
O Projeto de Denúncias sobre Crime Organizado e Corrupção, uma plataforma de reportagem sem fins lucrativos, disse em um comunicado à imprensa que um denunciante vazou informações para o jornal alemão Süddeutsche Zeitung.
O OCCRP disse que sua investigação analisou dados de mais de 18.000 contas no valor de mais de US$ 100 bilhões, abertas entre as décadas de 1940 e 2010.
O Süddeutsche Zeitung e 46 outras organizações de notícias – incluindo The New York Times e The Guardian – colaboraram na análise e relataram detalhes dos dados em uma investigação intitulada “Segredos da Suíça”.
O OCCRP e o Süddeutsche Zeitung coordenaram o projeto.
O comunicado do OCCRP disse que os relatórios do projeto indicam que os clientes do banco incluem um “chefe de espionagem iemenita acusado de tortura” e funcionários venezuelanos acusados de corrupção, entre outros.
“Vi com muita frequência criminosos e políticos corruptos que podem se dar ao luxo de continuar fazendo negócios como de costume, não importa quais sejam as circunstâncias, porque têm a certeza de que seus ganhos ilícitos serão mantidos seguros e sempre ao seu alcance”, disse o cofundador do OCCRP, Paul Radu, em um comunicado.
Em um comunicado fornecido pelo OCCRP, o denunciante que forneceu as informações disse que as leis de sigilo bancário suíço são “imorais” e permitem a corrupção.
Credit Suisse nega
O Credit Suisse recuou no domingo depois que vários meios de comunicação informaram que o banco de investimento suíço tinha clientes que incluíam criminosos, supostos violadores de direitos humanos e partes que enfrentam sanções.
“O Credit Suisse rejeita veementemente as alegações e insinuações sobre as supostas práticas de negócios do banco”, disse a instituição em comunicado à imprensa no domingo.
“As matérias apresentadas são predominantemente históricas, em alguns casos remontando à década de 1940, e os relatos dessas matérias são baseados em informações parciais, imprecisas ou seletivas, descontextualizadas, resultando em interpretações tendenciosas da conduta empresarial do banco. ”
O Credit Suisse disse no domingo que cerca de 90% das contas mencionadas estão fechadas ou estavam em processo de fechamento antes da divulgação do projeto e que tomou medidas significativas para combater o crime financeiro na última década.
Embora tenha dito que não pode comentar sobre possíveis relacionamentos com clientes, o banco confirmou que está tomando medidas “de acordo com as políticas aplicáveis e os requisitos regulatórios”.
“Essas alegações da mídia parecem ser um esforço conjunto para desacreditar não apenas o banco, mas o mercado financeiro suíço como um todo, que passou por mudanças significativas nos últimos anos”, disse o banco no domingo.
*Com CNN Business internacional