Cosan tem piora no resultado financeiro e vê o lucro cair no terceiro trimestre
Segundo a empresa, após meses de impactos da pandemia de coronavírus, o trimestre evidenciou a tendência de recuperação da atividade
O grupo de energia e infraestrutura Cosan (CSAN3) viu seu lucro do terceiro trimestre cair, em meio à queda das ações de sua controlada Rumo e pelo menor rendimento de aplicações, além de efeitos negativos do câmbio.
O lucro líquido da companhia somou R$ 303,8 milhões no período, recuo de 62,9% em base anual. O lucro ajustado, que desconsidera efeitos não recorrentes, foi de 272,8 milhões, recuo de 43,7% na mesma comparação.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da companhia (Ebidta) em base ajustada foi de R$ 1,7 bilhão, aumento de 6,2% frente ao mesmo trimestre de 2019.
Segundo a Cosan, após meses de impactos da pandemia de coronavírus, o trimestre evidenciou a tendência de recuperação da atividade e gradual retomada da normalidade, “impulsionando a demanda por combustíveis, lubrificantes e gás natural”.
A companhia, no entanto, viu o resultado impactado pela desvalorização cambial e pela marcação a marcado de ações de sua controlada Rumo.
A Cosan disse que a perda de valor nas ações da Rumo no período afetou seu resultado financeiro em 165 milhões na linha “outros encargos e variações monetárias”, que teve contribuição positiva de 49 milhões no ano anterior.
A empresa comprou ações em meio a uma operação de emissão de novos papéis (follow-on) realizada pela controlada.
Além disso, a Cosan viu os rendimentos de aplicações financeiras caírem 99%, com a menor taxa CDI e efeito da marcação a mercado de títulos públicos.
O resultado financeiro foi negativo em R$ 417 milhões, ante 130,8 milhões negativos no mesmo trimestre de 2019.
A receita líquida do grupo atingiu R$ 17,55 bilhões de julho a setembro, queda de quase 7% ano a ano. A Cosan investiu R$ 723 milhões no período, alta de 6%.
A Cosan fechou setembro com dívida líquida de R$ 15,94 bilhões, 6,4% maior do que em junho e 23% acima em 12 meses.
O índice de alavancagem dado pela relação entre dívida líquida e Ebitda aumentou para 2,7 vezes, de 2,4 vezes ao final de junho e 1,9 vezes em setembro do ano passado.
Combustíveis e agronegócio
A Raízen Combustíveis no Brasil teve salto de 27% nas vendas frente ao segundo trimestre, em meio ao gradual relaxamento de quarentenas adotadas contra o coronavírus, mas o volume ainda ficou 9% inferior ao do terceiro trimestre de 2019.
As vendas de gasolina recuaram 11% na comparação ano a ano, embora com aumento de 21% frente ao trimestre anterior. No diesel, as vendas avançaram 6% em base anual e ainda apontaram disparada de 25% frente ao trimestre anterior.
Na Argentina, o volume de rendas recuou 32% na comparação ano a ano, mas subiu 34% na base sequencial.
Já a Raízen Energia registrou moagem de 27,6 milhões de toneladas de cana no trimestre, contra 26,7 milhões no ano anterior. A empresa destinou 54% da cana para produzir açúcar e 46% para etanol, contra um mix de 50%-50% em 2019.
O Ebitda ajustado da Raízen Energia avançou 15% na comparação ano a ano, para R$ 974 milhões.
O desempenho foi “suportado pelo maior volume de vendas de açúcar próprio, em linha com o plano de venda da safra, com preços médios superiores, refletindo a estratégia de proteção de preços em reais”, explicou a empresa.
O menor volume de chuvas permitiu aceleração da moagem, acrescentou a Cosan, ao citar também um aumento de produtividade que permitiu aumentar a produção de açúcar equivalente em 6%.
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