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    Corte no IPI pode ser compensado por reação da economia, diz Anfavea

    Entidade diz que renúncia aos cofres do governo seria compensada pelo estímulo ao consumo, num momento que as previsões de desaceleração econômica crescem

    Eduardo Laguna, do Estadão Conteúdo

    A Anfavea, associação que representa as montadoras de veículos, manifestou nesta segunda-feira (7) apoio aos estudos do governo de redução linear das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

    A entidade avalia que a medida pode representar uma transição a um sistema de carga gradualmente mais baixa enquanto não se chega a uma reforma tributária que enfrente a complexidade e o anacronismo do conjunto de regras pelas quais os impostos são recolhidos no Brasil.

    O argumento da Anfavea é de que a renúncia aos cofres do governo seria compensada pelo estímulo da medida ao consumo, num momento em que as previsões sobre a atividade econômica deste ano vêm sendo revistas para baixo.

    “Somos a favor da redução linear do IPI, e como é de caráter geral ela vai ter compensação com crescimento da economia”, comentou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, durante a apresentação à imprensa dos resultados do setor no mês passado.

    Ele aproveitou a resposta para criticar o atraso do sistema tributário brasileiro, que, frisou Moraes, não é mais compatível com as transformações da sociedade e da indústria.

    Segundo o dirigente, é preciso avançar em direção a um modelo mais simples e de carga próxima a dos países desenvolvidos: 20%.

    A proposta em estudo no governo prevê redução das alíquotas do IPI entre 15% e 30% para todos bens de consumo, exceção aqueles considerados nocivos à saúde, casos de cigarros e bebidas alcoólicas.

    O presidente da Anfavea também fez nesta segunda-feira comentários sobre a proposta de emenda constitucional que prevê redução de impostos sobre os combustíveis sem compensação, como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em outra fonte de recursos.

    Face às limitações fiscais do país, Moraes defendeu que a medida contemple apenas os combustíveis, prioritariamente o diesel por influenciar nos custos do transporte publico e de mercadorias.

    “Não incluiria outros desejos porque não há recursos para tudo o que está sendo colocado na proposta”, afirmou o presidente da Anfavea, ao mencionar as pressões de outros setores para entrar na PEC.

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