Copom anuncia nova Selic nesta quarta-feira (3); mercado espera última alta do ano
Expectativa geral é de uma alta de 0,5 ponto percentual, o que levaria taxa a 13,75% ao ano; ciclo de aperto monetário começou em março de 2021, quando Selic deixou mínima histórica de 2%
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia nesta quarta-feira (2), no fim da tarde, a nova Selic, taxa básica de juros da economia. A expectativa geral do mercado é de uma alta de 0,5 ponto percentual, o que levaria a taxa a 13,75% ao ano.
Muitos analistas também acreditam que esta pode ser a última alta seguida, após um ciclo de aperto monetário que começou em março de 2021, quando a Selic foi da mínima histórica de 2% para 2,75%.
O BC também deve dizer em comunicado quais são suas projeções para 2023. “A política monetária tem efeitos muito pequenos sobre a inflação deste ano, a seis meses do fim. Os efeitos maiores são para o ano que vem”, diz Alexandre Schwartsman, especialista CNN em economia.
O economista diz que a instituição deve apontar para uma inflação ao redor de 4,7% no ano que vem, bem acima da meta para 2023, de 3,25% ao ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. “Lembrando que os analistas esperam algo na casa de 5,3%, ou seja, mais de 1 p.p. acima da meta de inflação de 2023”, diz Schwartsman.
Para o Goldman Sachs, há uma probabilidade razoável de que a alta desta quarta-feira seja a última deste ciclo.
“Desde a última reunião do Copom, os dados reais de atividade permaneceram resilientes (principalmente serviços); dados do mercado de trabalho e emprego surpreenderam positivamente, a confiança do consumidor se firmou”, diz a instituição em relatório divulgado recentemente.
O banco espera que, além de destacar a resiliência da economia durante a primeira metade do ano, o BC também reconheça “perspectivas desanimadoras de crescimento no segundo semestre de 2022 e 2023, dado o ambiente de alta inflação e condições financeiras mais apertadas, além de um ambiente de incerteza muito maior do que o habitual enfrentado pela economia brasileira”.
“O Copom pode pausar em 13,75%, e monitorar o processo de desinflação e impacto das políticas recentes na demanda. A trajetória do IPCA já está em queda”, diz Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.
O Itaú também acredita que o comitê aumentará a taxa Selic em 0,50 p.p., a 13,75% a.a.. “Esperamos que o Copom sinalize que o cenário mais provável é o de encerramento do ciclo, mas deixando a porta aberta para uma eventual alta final na reunião de setembro, em caso de deterioração adicional do cenário de inflação ou das expectativas de mercado”, disse em relatório recente.
*Publicado pro Ligia Tuon