Consumo em restaurantes cai 64% em abril em meio ao isolamento, diz Alelo
Em entrevista à CNN, o presidente da Alelo, Cesário Nakamura, comentou indicadores e citou mudança no setor motivada pela pandemia da Covid-19
O consumo em restaurantes teve queda de 64% no volume faturado em abril, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o que mostra um estudo da Alelo, em parceria com a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), divulgado à CNN, nesta quinta-feira (14). Em entrevista ao Live CNN Brasil, o presidente da Alelo, Cesário Nakamura afirmou que o resultado se deve ao isolamento social feito no país para conter o avanço da Covid-19 e citou os cenários possíveis para o setor.
“É importante notar que já vinha em queda no mês de março, com 22% em relação ano anterior. Então isso mostra que realmente houve um impacto das medidas de distanciamento social, principalmente no setor de restaurantes”, pontua.
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Nakamura avaliou que a “queda expressiva” só não foi maior devido aos serviços de delivery, que ganharam força na rotina do consumidor que está isolado em casa. Com isso, o presidente da Alelo diz que é possível vislumbrar uma digitalização do setor influenciada pela mudança de comportamento dos clientes.
“Durante o mês de março e particularmente em abril, vimos maior quantidade de transações efetuadas pelas plataformas de delivery”, explica. “Ou seja, o consumidor em casa está consumindo mais supermercado e por meio de entregas”, acrescenta.
O empresário diz acreditar que a retomada para os restaurantes será lenta devido justamente a essa mudança nos hábitos. “Mesmo que as medidas de flexibilização comecem, acreditamos que as pessoas, quando voltarem a trabalhar, vão se precaver e procurar restarurantes mais vazios com mais distanciamento entre os clientes”, considera.
Em relação aos supermercados, Nakamura explica que houve uma queda de 12,5% no valor faturado em abril, na comparação com o mesmo período em 2019. O menor impacto se deve ao fato de serem considerados serviços essenciais. Apesar da baixa, o valor médio das compras aumentou. “Ou seja, o consumidor está indo menos vezes ao supermercado e fazendo compras maiores”, esclarece Nakamura.