Confiança do Comércio sobe 4,3 pontos em agosto ante julho, para 99,4, diz FGV
Em agosto, houve melhora na confiança em cinco dos seis principais segmentos do comércio


O Índice de Confiança do Comércio (Icom) cresceu 4,3 pontos na passagem de julho para agosto, para 99,4 pontos, informou nesta terça-feira, 30, a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em médias móveis trimestrais, o indicador subiu 2,0 pontos.
“A confiança do comércio voltou a subir em agosto. Ao contrário do que vinha ocorrendo em meses anteriores, a alta desse mês foi toda influenciada pela melhora das expectativas”, avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
“A desaceleração da inflação, medidas de estímulo do governo e melhora da confiança do consumidor contribuem no ânimo dos empresários do setor com os próximos meses. Contudo, embora mais otimistas, isso não tem se refletido nas avaliações sobre o presente, já que pelo segundo mês consecutivo os indicadores que medem a demanda seguem em queda”, diz.
Para os próximos meses, segundo o economista, “ainda é possível imaginar resultados positivos, mas é necessária cautela considerando o ambiente macroeconômico ainda frágil e com alguma oscilação devido à proximidade das eleições”,
Em agosto, houve melhora na confiança em cinco dos seis principais segmentos do comércio. O Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 1,4 ponto, para 104,2 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) aumentou 9,7 pontos, para 84,8 pontos.
Com a piora no ISA e melhora no IE em agosto, a distância entre o nível de ambos os componentes se reduziu, mas o patamar da avaliação atual ainda é superior ao das expectativas, além de estar acima do nível neutro.
“O maior desafio agora é a manutenção do resultado positivo das expectativas e que isso acabe se confirmando em melhora na percepção da demanda dos empresários nos próximos meses”, completou Tobler. A Sondagem do Comércio de agosto coletou informações de 780 empresas entre os dias 1º e 26 do mês.
Indústria
Também calculado pelo FGV Ibre, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) publicado na véspera registrou alta de 0,8 ponto percentual em agosto, para 100,3 pontos, divulgou o Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) nesta segunda-feira (29).
O resultado fica acima do nível de neutralidade do setor, considerado pela instituição em 100 pontos, após ficar em 99,5 em julho.
A alta indica que o setor mantém um bom nível de atividade no terceiro trimestre, disse a instituição em nota. Na métrica de médias móveis trimestrais, o índice também avança, em 0,2 ponto.
“A melhora do ambiente de negócios no mês foi possivelmente influenciada pela descompressão de custos com a queda de preços de combustíveis e energia”, diz.
A instituição reforça que, apesar do “cenário ainda problemático” quanto ao suprimento de alguns tipos de insumos, os níveis de demanda ainda estão positivos e os estoques se mantêm equilibrados.
Serviços
O Ibre também divulgou nesta terça-feira o Índice de Confiança de Serviços (ICS), que caiu 0,2 ponto na passagem de julho para agosto, na série com ajuste sazonal, para 100,7 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 0,8 ponto.
“Depois de cinco altas consecutivas, a confiança de serviços se acomodou em agosto. Nesse mês, apesar de uma avaliação favorável sobre a situação atual dos negócios, há uma percepção de desaceleração na demanda atual. Apesar disso, ainda é cedo para afirmar que haverá uma reversão da tendência positiva que vinha ocorrendo pois existem perspectivas otimistas em relação à demanda nos próximos meses, principalmente no que diz respeito a serviços prestados às famílias. Apesar de um ambiente macroeconômico desafiador e com sinais de desaceleração, a redução da inflação e as medidas de estímulo feitas pelo governo parecem sustentar os resultados favoráveis até o momento”, avaliou Tobler em nota oficial.
Em agosto, o Índice de Situação Atual (ISA-S) recuou 0,7 ponto, para 100,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE-S) avançou 0,4 ponto, para 101,3 pontos.
Segundo a FGV, a confiança de serviços vinha apresentando resultados favoráveis desde março, com trajetória positiva disseminada entre os segmentos pesquisados, com destaque para os serviços prestados às famílias, que continuaram subindo em agosto.
A confiança do subsetor de serviços prestados às famílias vinha sendo influenciada pela melhora das avaliações sobre a situação atual, mas em agosto passou a ser puxada pelas expectativas. “A desaceleração da inflação e o aumento dos recursos das famílias com aumento dos programas do governo podem estar influenciando essa melhora nas expectativas do segmento”, completou Tobler.
A coleta de dados para a edição de agosto da Sondagem de Serviços foi realizada com 1.548 empresas entre os dias 1º e 26 do mês.