Conectada, mas desigual: como é a economia de Israel e quais os impactos da guerra
Especialistas indicam que economia, apesar de rica, é pequena; atividade é complexa e conectada ao globo, mas há desigualdade


Israel se autodenomina o “país startup”, com fortes investimentos em tecnologia e agricultura.
Dados divulgados pelo Banco Mundial, em 2021, mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) do país foi de US$ 488,5 bilhões e, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Israel ocupou a 14ª posição no ranking de países pelo PIB per capita de 2022, à frente de Alemanha, Reino Unido, França e Itália.
O economista e professor de relações internacionais da ESPM, Fábio Pereira de Andrade, diz que a economia israelense, apesar de rica, é pequena — até pelas proporções do país.
Ele classifica a economia como “relativamente complexa”. Entre 133 países listados no Atlas da Complexidade Econômica, de Harvard, Israel fica em 21º.
“Quando a gente observa a economia do país, sobretudo do ponto de vista da exportação, vemos a venda de itens de tecnologia de informação, tipicamente serviços. É uma economia relativamente complexa do ponto de vista da ligação com o comércio internacional”, indica.
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas • Reuters
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O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar • Reuters
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Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza • REUTERS/Amir Cohen
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local • Reprodução CNN
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Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico • Reuters
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Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel • Reuters
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino • 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel • Reuters
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Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza • 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza • Reuters
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Prédios destruídos na Faixa de Gaza • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas • REUTERS/Ronen Zvulun
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Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia • Anadolu Agency via Getty Images
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As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza • Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7) • Reuters
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7) • CNN
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Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel • CNN
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza • Reprodução/Reuters
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023. • Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel. • Reuters
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel • 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel • 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
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Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses • 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Ataque israelense na Faixa de Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza • 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
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Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira • Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
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Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza • 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
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Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza • 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
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Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério • Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023 • Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
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Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza • Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos • Reprodução CNN
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
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Hospital em Gaza é atingido por um míssil • Reprodução
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Hospital atacado em Gaza • Reprodução
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza • 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis • Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Tanque de guerra israelense • Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Ataque de Israel contra Gaza • 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
A indústria de Israel, conforme dados do governo, se concentra nos produtos manufaturados com alto valor agregado, baseados principalmente em inovações tecnológicas como equipamentos eletrônicos para a área médica, agro tecnologia, telecomunicações, hardware e software, energia solar, processamento de alimentos e química fina.
Em uma região marcada pela escassez de água, a agricultura representa 2,4% do PIB e 2% das exportações do país. Conforme dados oficiais, Israel produz 93% de sua necessidade de alimentos, complementada pela importação de grãos, oleaginosas, carne, café, cacau e açúcar, que são compensados por uma ampla gama de produtos agrícolas para exportação.
“A economia de Israel é bastante diversificada e industrializada e estimula muito a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento de novas técnicas de agricultura e abastecimento de água, o que é essencial para sobreviver em um clima desértico”, explica Vladimir Feijó, professor e analista internacional.
“O governo investe 5% do seu orçamento para pesquisa e desenvolvimento e, fora isso, a gente tem um montante igual ou superior investido pela iniciativa privada. O resultado é que Israel exporta tecnologia para o mundo”, completa.
Apesar do alto desenvolvimento, berço de empresas mundialmente conhecidas, como Waze, Moovit, Wix e ICQ, a ONG Latet, a maior organização de combate a pobreza e insegurança alimentar do país alerta que 27,7% dos israelenses estavam abaixo da linha da pobreza, um número que cresceu 14,9% desde o começo da pandemia de Covid-19.
Pereira de Andrade destaca que, apesar da renda per capita elevada (por volta de US$ 52 mil ao ano), o país é marcado por desigualdades. Enquanto os 10% mais ricos têm renda de US$ 220 mil, os 50% mais pobres têm renda de US$ 11 mil.
“Ou seja, 10% da população têm uma renda vinte vezes maior que metade da população. São dados de desigualdade muito parecidos com os dos Estados Unidos. É uma economia muito desigual”, diz.
Impacto imediato da guerra
Ainda são incertos os impactos da guerra entre Israel e Hamas para a economia do país, assim como para o restante do globo. Os efeitos vão depender da extensão do conflito, dos atores que ele vai envolver e das repostas mundo afora.
O professor da ESPM destaca, primeiramente, a tragédia humanitária no país. Aponta ainda um efeito secundário: a perda do capital humano para a dinâmica da atividade no país.
Ainda segundo o economista, o fato de a economia de Israel ser extremamente conectada com o restante do mundo pode ser um “calcanhar de Aquiles”.
“Atravessar guerras dificulta essa conexão do ponto de vista do desenvolvimento de serviços de transporte, entre outras coisas. A logística com Israel pode ser bastante afetada em virtude da declaração de guerra”, explica.
Pereira de Andrade pontua também que Israel tem reforçado laços com a China — principal origem de suas importações e segundo destino de exportações. “A depender de qual será a postura da China, pode ter efeito geopolítico sobre as compras e vendas com Israel”, completa.