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    Comunicados são mais importantes que decisões de juros, afirma especialista

    Economista avalia que Brasil iniciou ciclo de alta de juros antes do resto do mundo, permitindo encerrar processo mais cedo

    Thiago FélixCarolina Ferrazda CNNJoão Pedro Malardo CNN Brasil Business em São Paulo

    Os comunicados dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil nesta quarta-feira (21) serão mais importantes do que as suas decisões sobre as taxas de juros, avalia a economista sênior da LCA Consultores Thaís Zara.

    Em entrevista à CNN, ela afirmou que a expectativa do mercado é de uma alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros norte-americana, com uma “aposta marginal” em uma elevação maior, de 1 p.p.

    Para ela, “mais importante que é a alta é verificar como vai ser o comunicado dessa reunião, que traz pistas de até onde pode ver essa taxa de juros indo, e verificar a coletiva do presidente do Federal Reserve depois desse comunicado”.

    Ela explica que o presidente, da autarquia, Jerome Powell, deve dar mais nuances ao falar com imprensa. Ele pode indicar, por exemplo, se está mais preocupado com a inflação ou se achar que o desenho traçado no comunicado será suficiente para levar a inflação, atualmente no maior nível em 40 anos, para baixo.

    Zara avalia que, caso os juros iniciem 2023 entre 4% e 4,5%, seria possível que os Estados Unidos evitassem uma recessão, no chamado “pouso suave”. Mas, se a taxa terminar o ano em um valor ainda maior, entre 6% e 6,5%, “aí sim vai estar caminhando para um quadro recessivo, com todas as repercussões negativas que teria para países emergentes, incluindo o Brasil”.

    No caso do Brasil, ela lembra que o Banco Central iniciou o ciclo de alta de juros antes, até devido aos problemas de energia que o país enfrentou antes do resto do mundo. Por isso, o Comitê de Política Monetária (Copom), está agora no fim do ciclo de alta.

    A expectativa dela é de uma manutenção da taxa Selic no patamar atual, de 13,75%, com chance menor de uma última alta de 0,25 p.p.

    “O que importa é a comunicação do Banco Central, que vai falar que encerrou o ciclo independente de ter nova alta ou não, mas vai continuar muito vigilante, e isso significa que vai manter a taxa de juros nesse patamar por um período prolongado para garantir a convergência da inflação para meta”, diz.

    A economista destaca que, mesmo com as deflações recentes, a inflação acumulada em 12 meses segue “muito elevada”, em especial ao observar itens menos voláteis, o que indica que a inflação ainda está “bastante arraigada”.

    “O BC precisa manter a taxa elevada por mais tempo para garantir que vai ter convergência da inflação em 2023 e 2024, e isso vai trazer uma desaceleração na economia, então muito provavelmente a gente vai crescer menos que em 2022, o que também vai ocorrer no resto do mundo”, destaca.

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