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    Companhias aéreas prometem vender 25 milhões de passagens por até R$ 799 em 2024

    Reunião em Brasília termina com planos para reduzir tarifas aéreas, mas setor privado esperava mais medidas do governo

    Fernando Nakagawada CNN , São Paulo

    A iniciativa do governo federal para reduzir o preço das passagens aéreas terminou com a promessa de que, em 2024, haverá tarifas menores. Duas das três principais companhias aéreas brasileiras anunciaram a venda de 25 milhões de bilhetes por até R$ 799 no ano que vem.

    O Ministério de Portos e Aeroportos anunciou iniciativas para tentar reduzir preços, mas sem medidas concretas.

    Acabou com clima de “vamos ver” a reunião realizada mais cedo em Brasília, dentro do esforço do governo para tentar reduzir preços das tarifas aéreas.

    No fim do encontro, as empresas aéreas anunciaram ações individuais, e com parâmetros diferentes entre os concorrentes. O Ministério de Portos e Aeroportos, por sua vez, entregou uma lista de intenções para tentar ajudar a reduzir custos e aumentar a concorrência, mas sem ações de impacto.

    Executivos do setor esperavam mais medidas pelo governo federal.

    Entre as medidas anunciadas pelo setor privado, Azul e Gol apresentaram o plano de venda de assentos com preço limite.

    A Gol quer, em 2024, vender 15 milhões de assentos com preço de até R$ 699. Já a Azul quer oferecer até 10 milhões de passagens por até R$ 799.

    Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que, em 2022, 79% das passagens vendidas tiveram preço de até R$ 800.

    Isso correspondeu a cerca de 20 milhões de assentos no ano passado, com valor comparável aos 25 milhões de assentos prometidos pelas duas empresas para 2024.

    A Azul também anunciou que oferecerá gratuitamente a marcação de assento e a bagagem despachada para compras realizadas de última hora. A Gol, por sua vez, prometeu fazer promoções com bilhetes entre R$ 600 e R$ 800 para compras com 21 dias de antecedência da viagem.

    A Latam não se comprometeu com a venda de passagens a um valor máximo, mas informou que aumentará a oferta diária de assentos em cerca de 10 mil. Além disso, promete oferecer toda semana um destino promocional com valor de até R$ 199, mas sem número estabelecido de bilhetes nessa faixa de preço.

    Diálogo com a Petrobras

    O governo, por sua vez, anunciou que “intensificou o diálogo com vários agentes do mercado para encontrar alternativas” para reduzir o preço das passagens.

    Entre as iniciativas, o Ministério de Portos e Aeroportos menciona as reuniões com a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia sobre o preço do Combustível de Aviação (QAV). O insumo tem impacto de até 40% no custo das aéreas.

    O Ministério também mencionou que vai permitir o uso do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) como garantia em operações de crédito das aéreas brasileiras. Também prometeu estimular a entrada de novas aéreas no Brasil para aumentar a concorrência e criar novos nichos de mercado, além de reafirmar os planos de investimento em aeroportos regionais e para reduzir o volume de processos de passageiros contra as companhias do setor.

    Em nota, a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) diz que medidas anunciadas pelas empresas “mostram a cooperação do setor com a agenda de democratização da aviação”.

    A nota lembra, porém, “que somente com ações estruturantes e de longo prazo o setor poderá efetivamente ter redução de custos, condição necessária para crescer e retomar suas condições de oferta”.

    Veja também: Entenda quais produtos podem ficar mais caros com reforma tributária

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