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    Como a LVMH planeja reformular a Tiffany

    Mais de um terço das 320 lojas da Tiffany estão nos Estados Unidos e duas fontes descreveram algumas delas como desatualizadas, de má qualidade

    Francesca Piscioneri e Silvia Aloisi e Sarah White, da Reuters

    O grupo francês de produtos de luxo LVMH planeja reformular a vasta linha da Tiffany & Co para se concentrar mais em ouro e pedras preciosas, após fechar a aquisição de US$ 15,8 bilhões da joalheria norte-americana neste mês.

    Seis fontes, incluindo duas pessoas com conhecimento privilegiado das operações da Tiffany, disseram à Reuters que o grupo proprietário da Louis Vuitton também provavelmente renovaria as lojas da joalheria e aumentaria sua presença na Europa e na Ásia.

    Mais de um terço das 320 lojas da Tiffany estão nos Estados Unidos e duas fontes descreveram algumas delas como desatualizadas, de má qualidade e precisando de reformas.

    “A LVMH pode dar à Tiffany o tempo e dinheiro necessários para fazer alguns grandes investimentos na linha de produtos e nas lojas em todo o mundo, e esperar que eles se paguem no médio prazo”, disse uma das fontes.

    Em um evento em Nova York para os 14.000 funcionários da Tiffany em 8 de janeiro – um dia depois que a LVMH implementou uma nova equipe de liderança – os novos chefes do grupo traçaram seus planos iniciais para se concentrar em joias luxuosas e mais caras, disse uma pessoa presente. O grupo também está considerando desenvolver a linha de relógios da Tiffany, disse outra fonte.

     Ao contrário de rivais como a Cartier, de propriedade da Richemont, e a Van Cleef & Arpels, bem como a marca Bulgari, da LVMH, os produtos da Tiffany variam de pingentes de prata de US$ 150 a colares de diamantes com preços na casa das dezenas de milhões.

    As joias de prata têm margens brutas de cerca de 90% e oferecem um ponto de entrada perfeito para compradores mais jovens e menos ricos, mas os principais nomes da indústria também precisam da faixa média a alta – com um preço acima de US$ 100.000 – para criar uma aura de exclusividade, afirmam especialistas.

    Em uma mensagem de vídeo para funcionários durante o evento em Nova York, o chefe da LVMH, Bernard Arnault, que também é o homem mais rico da França, disse que queria elevar a posição de Tiffany, mesmo que isso demorasse.

    Arnault é conhecido por aparecer nas lojas inesperadamente – inclusive em uma loja da Tiffany em Seul depois que o negócio foi anunciado no final de 2019, onde ele apontou falhas como um produto de limpeza que havia sido deixado em um estande e um Post-It rosa dizendo “não disponível” que foi colocado em um produto, disseram pessoas familiarizadas com o grupo.

    A LVMH e a Tiffany não quiseram comentar. A LVMH deve divulgar os resultados do ano de 2020 após o fechamento dos mercados nesta terça-feira (26).