Comer fora de casa nos EUA tem se tornado um luxo com escalada do preço de restaurantes
Enquanto os preços dos alimentos aumentaram 1,2% na comparação anual, o valor das refeições feitas em restaurantes subiu 5,1%
Mesmo excluindo os caros menus do Dia dos Namorados nos Estados Unidos — comemorado em 14 de fevereiro –, está cada vez mais difícil para os americanos comer fora de casa, de acordo com dados do Índice de Preços ao Consumidor de janeiro, divulgado nesta terça-feira (13).
Enquanto os preços dos alimentos aumentaram 1,2% na comparação anual, o valor das refeições feitas em restaurantes subiu 5,1%.
Embora o ritmo da inflação nos produtos alimentares e nos restaurantes tenha abrandado significativamente desde o ano passado, continuam muito mais elevados do que eram antes da pandemia.
Em janeiro de 2023, era mais barato jantar fora, com os preços dos alimentos subindo 8,2% em relação ao ano anterior. Os preços dos alimentos subiram 11,3% um ano depois.
O que está por trás da mudança?
No mundo pós-pandemia, os consumidores têm dedicado mais dos seus orçamentos aos serviços do que aos bens.
A procura de serviços tem exercido uma pressão ascendente sobre os salários, o que, por sua vez, contribuiu para o aumento dos preços.
“As pressões salariais existem”, disse Dana Peterson, economista-chefe do Conference Board, numa entrevista.
Os maiores ganhos na folha de pagamento ocorrem em setores como saúde, governo e lazer e hotelaria, observou ela.
“O lazer e a hospitalidade incluem restaurantes e, por isso, ainda há muita rotatividade, e essas empresas estão a ter de aumentar os salários para atrair e reter mão-de-obra.”
“Acreditamos que muitos destes aumentos refletem o efeito desfasado do forte crescimento salarial em 2023 e acreditamos que o crescimento salarial está agora a abrandar”, afirmaram economistas do Goldman Sachs por meio de nota nesta terça-feira.
No geral, os preços dos serviços – que incluem alimentação fora, transporte e entretenimento – subiram 0,7% em janeiro em relação ao mês anterior. Isso representou 148% do aumento mensal geral de 0,3% nos preços.
