Com retomada econômica e liberação de recursos consumidor está mais confiante, diz FGV
Melhora da pandemia, saque do FGTS e antecipação de 13º contribuíram para o resultado
O consumidor brasileiro está mais confiante na recuperação econômica e com uma maior intenção de compra, é o que aponta a pesquisa de Sondagem ao Consumidor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada nesta segunda-feira (25).
Segundo a Fundação, o Índice avançou 3,8 pontos em abril, e alcançou o valor de 78,6 ponto, maior nível desde agosto de 2021, quando o indicador foi verificado em 81,1 pontos.
A pesquisa da FGV é composta por dois subíndices: avaliação da situação atual e da expectativa para os próximos seis meses do cenário econômico e da saúde financeira da família. Além disso, a intenção de compra dos chamados bens duráveis, como automóveis e imóveis, também é sondada.
De acordo com a coordenador dos índices de sondagem da FGV, Viviane Seda, o fim da terceira onda da pandemia da Covid-19 e as liberações de recursos como o saque do FGTS e a antecipação de 13º de aposentados foram responsáveis pelos resultados positivos da divulgação deste mês.
“Houve diminuição do pessimismo com relação ao mercado de trabalho, mas a da inflação e os juros elevados ainda preocupem as famílias, que continuam cautelosas com relação à realização de compras de alto valor”, aponta Viviane Seda.
Em abril, a alta do Índice foi influenciada pela melhora das avaliações nos dois subíndices. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 3,8 pontos, para 69,1 pontos e o Índice de Expectativas (IE) avançou 3,6 pontos, para 86,1 pontos, ambos alcançam os melhores resultados desde agosto de 2021.
Para Viviane Seda, a expectativa de melhora no cenário econômico fez com que os consumidores projetem uma avaliação positiva também da geração futura de empregos. A economista destaca, entretanto, que não há como garantir esse aumento nas vagas de trabalho.
“A injeção de recursos é benéfica agora, mas depois é necessário que o crescimento econômico reaja para gerar empregos, e manter o poder compra do consumidor”, explica.
Ainda segundo a sondagem, houve alta da confiança em todas as faixas de renda, exceto para as famílias com renda mensal entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800,00. A alta mais forte ocorreu entre consumidores de menor poder aquisitivo, o das famílias com renda de até R$ 2.100,00 mensais, cujo indicador subiu 7,2 pontos, para 76,2 pontos, maior valor desde março de 2020 (82,5 pontos).