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    Com os juros subindo, veja se é hora de apostar no Tesouro Selic

    Toda vez que o Banco Central eleva a Selic, como aconteceu nas últimas quatro reuniões do Copom, o título fica mais rentável

    Mitchel Dinizcolaboração para o CNN Brasil Business

    Considerado um dos títulos mais seguros negociados na plataforma Tesouro Direto, o Tesouro Selic é uma aplicação pós-fixada atrelada à taxa de juros da economia. Ou seja, toda vez que o Banco Central (BC) eleva a Selic, como aconteceu nas últimas quatro reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), o título fica mais rentável. Atualmente os juros estão em 5,25% ao ano e o mercado projeta que a taxa esteja acima de 7% ao final de 2021. Quer dizer, então, que é hora de apostar no Tesouro Selic?

    Segundo analistas, o título é indicado para investimentos de curto prazo, de até dois anos, e para fazer uma reserva de emergência. O Tesouro Selic costuma ser o primeiro passo de investidores mais conservadores que resolveram sair da poupança. Porém, existem outras opções mais rentáveis dentro e fora do Tesouro Direto para quem quer aproveitar a Selic em alta.

    A analista de investimentos da Toro, Stefany Oliveira, explica que a inflação impacta o retorno dos investimentos que oferecem apenas a rentabilidade da taxa de juros. “Enquanto o IPCA (índice oficial de inflação) acumula alta de 8,99% nos últimos doze meses, a Selic acumulou 5,25%. Então não há ganho real”, afirma.

    Renda fixa não é só rentabilidade da Selic

    É justamente para conter o avanço da inflação que o Banco Central tem subido a taxa de juros. Na última reunião do Copom, em 4 de agosto, a Selic subiu um ponto percentual, a maior alta em 18 meses. O BC dá sinais de que outra alta, da mesma magnitude, vai acontecer no próximo encontro do comitê, marcado para os dias 21 e 22 de setembro.

    “Tendo esse aumento dos juros, todos os tipos de investimento em renda fixa ficam mais atrativos, então é interessante dar uma olhada em outras opções além do Tesouro Selic”, afirma Gabriela Mosmann, analista de investimentos da Suno Research.

    Dentre as alternativas que podem render mais que a Selic, Gabriela cita os títulos do tesouro atrelados ao IPCA, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), debêntures (títulos de dívida emitidos por empresas) e fundos de crédito privado. Segundo ela, investimentos pré-fixados devem ser evitados, já que o retorno é definido no momento da aplicação e o investidor pode deixar de ganhar com a alta dos juros no decorrer do tempo.

    Tesouro Selic pode ser reserva para outros investimentos

    As escolhas vão depender do perfil do investidor e do objetivo da aplicação. Muitas opções da renda fixa oferecem rentabilidade maior do que a taxa de juros, mas nem todas têm a liquidez diária do Tesouro Selic, o que permite que o dinheiro da aplicação seja resgatado a qualquer momento.

    Os demais títulos do Tesouro Direto também sofrem marcação a mercado, ou seja, tem seu valor afetado caso o investidor decida vendê-lo antes do vencimento da aplicação.

    “Além de usar a aplicação para reserva de emergência, o investidor também pode fazer uma reserva de oportunidade com o Tesouro Selic”, afirma Adriano Rondelli, especialista em renda fixa da Valor Investimentos.

    Na reserva de oportunidade, o investidor guarda lucros que obteve com outras aplicações e reinveste num momento em que os ativos estejam mais baratos. “Quando a Bolsa cai, esse investidor tira o dinheiro do Tesouro Selic e volta para as ações”, explica Rondelli.

    Sair da Bolsa para investir no Tesouro Selic?

    Mesmo com os juros em alta, os analistas não recomendam que os investidores que já investem em ações saiam aleatoriamente da Bolsa para comprar Tesouro Selic ou outros títulos da renda fixa.

    “É um momento bom para montar posição em renda fixa buscando proteção, mas é preciso entender que a Bolsa é um produto diferente. Quem investe em ações tem visão de crescimento e longo prazo, não apenas de proteção de capital”, diz Caique Coutinho, especialista em renda fixa da Veedha Investimentos.

    “Para perfis moderado e arrojado, a renda variável continua sendo essencial para buscar ganhos mais significativos em conformidade com o apetite a risco destes investidores”, complementa Stefany Oliveira, analista da Toro.

     

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