Com Copom mais “duro”, mercado projeta Selic a 11,75% em 2022, aponta pesquisa
Maioria dos consultados considerou que comunicado após decisão de juros foi mais duro que o esperado


O comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central após a alta da taxa Selic para 9,25% ao ano foi considerado mais duro que o esperado por 70% dos consultados em uma pesquisa do BGC Liquidez feita após a reunião de quarta-feira (8).
Apenas 28% consideraram o comunicado em linha com o esperado, e 2% consideraram menos hawkish. O termo em inglês se refere a um tipo de política monetária mais dura no combate à inflação, com taxas de juros maiores, o que acaba contraindo a atividade econômica.
Antes da reunião, 55% dos entrevistados esperavam um comunicado neutro, 40% um comunicado hawkish e 5% um comunicado dovish. O termo se refere a uma política monetária de juros baixos, permitindo uma expansão da atividade econômica.
Com isso, as projeções para a taxa Selic também mudaram. Antes da reunião do Copom de dezembro, a mediana das projeções era de uma taxa de 11,75% ao ano ao fim do ciclo atual de alta. Agora, é de 12%.
Já para o fim de 2022, a mediana das expectativas passou de 11,50% para 11,75%. Entre os consultados, 90% esperam uma alta de 1,50 ponto percentual (p.p.) na próxima reunião, em fevereiro, ante 70% antes da decisão de dezembro.
Sobre a reunião de março de 2022, 35% esperavam uma alta de 1 ponto percentual, 21%, de 0,75 e 18%, de 1,50. Agora, 51% projetam uma elevação de 1 pp. Combinando as duas altas, a Selic chegaria em março a 11,75% ao ano.
A maior divisão entre os entrevistados é referente à reunião de maio. A expectativa de 46% é que o Copom não altere a taxa, enquanto 33% projetam uma alta de 0,50 ponto percentual. Já na reunião de junho, 89% esperam que a Selic não seja alterada.
A pesquisa realizada pelo banco BGC Liquidez envolveu 155 participantes, entre gestores de fundo, economistas, estrategistas e traders. A coleta de resposta ocorreu entre as 18h50 e 22h45 de quarta-feira, após o fim da reunião do Copom.