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    Com aumento na conta de luz, cresce a procura por meio de geração de energia limpa

    Vidros e telhas com sistema fotovoltaico são novas opções

    Soraya Lauandda CNN Em São Paulo

    Com o aumento do valor da conta de luz, a procura por soluções de geração de energia limpa tem aumentado nos últimos meses, segundo o Instituto Nacional de Energia Limpa e Sustentável. Os painéis solares já são uma opção disponível há algum tempo, mas agora o mercado busca criar formas inovadoras, sustentáveis e até mais eficientes para produzir energia.

    A ideia de um futuro em que casas, prédios e até pontos de ônibus possam ter fachadas ou coberturas de vidro capazes de gerar energia solar não está tão distante. Da mesma forma que as placas solares, o vidro “fotovoltaico” é uma tecnologia para a geração elétrica a partir da luz do sol – que, quando atinge a superfície do vidro, aquece uma película de células solares transparentes, transformando em energia elétrica.

    “Você não conseguiria ter um painel solar na fachada de um edifício, fazendo a cobertura de um telhado. O vidro possibilita explorar a maior área da edificação. Além da eficiência energética, gera até mais do que o próprio edifício possa consumir”, afirma Fábio Persio | supervisor de vendas da PKO do Brasil, à CNN.

    Na linha de produção, as placas higienizadas são depositadas na esteira e chegam a uma sala climatizada. Outra máquina faz a junção das duas lâminas de vidro com o filme fotovoltaico e, depois, as duas lâminas já unidas passam por um rolo de pressão, onde será feita uma pré-colagem a uma temperatura de 120 graus.

    Na última etapa, chamada “autoclavagem”, o vidro é submetido a calor e pressão, como se fosse uma panela de pressão. Então 20 toneladas de vidro são colocadas no carrinho que vai pra dentro da autoclave, garantindo a aderência da lâmina. Lá o vidro fica em média de 4 a 6 horas, até ficar pronto e bem transparente.

    Esse modelo de vidro pode ser feito em várias cores e instalado em janelas, portas, fachadas, coberturas ou claraboias – quanto maior a superfície de contato com o sol, mais energia solar é captada pelo vidro. Apesar do custo três vezes maior do que os vidros comuns, o sistema pode gerar uma economia de até 80% na conta de luz por ano, conta Persio.

    “O vidro fotovoltaico além dele ter a capacidade de gerar energia, ele evita que entre muito calor no ambiente, porque parte do calor vai ficar no painel, pra gerar essa energia. Ele também vai permitir entrada de luz natural. Então o proprietário não vai gastar com iluminação artificial”, explica.

    Quem não pode investir consegue adaptar soluções mais baratas, detalha o professor da Poli/USP Alberto Hernandes. “Iluminação com led, lembrar de desligar a luz quando sair do quarto, da sala, que não está usando, tentar deixar banhos mais curtos, tirar aqueles aparelhos que estão em stand by da tomada…”, enumera.

    Há dois anos, a empresa de construção Eternit lançou telhas solares, que, por enquanto estão sendo produzidas apenas por encomenda. O modelo é feito de concreto e possui células fotovoltaicas acopladas. Segundo o gerente de desenvolvimento da empresa, Luiz Lopes, as telhas têm potencial de serem ainda mais em conta do que os painéis solares.

    “Em 3 a 5 anos, depende da condição da residência, você tem o retorno do investimento, depois o sistema ainda dura por quase 20 anos. Normalmente as pessoas que tinham conta de R$ 300, R$ 400, R$ 1 mil, chegam a pagar de R$ 50 a R$100”, garante Lopes.

    Outro modelo também já foi desenvolvido pela empresa e em fase de aprovação são as telhas do tipo ‘fibrocimento’, ondulada, mais popular e econômica. Quatro delas já seriam suficiente pra uma casa de pequeno porte. “O fotovoltaico vem se desenvolvendo muito ao longo dos anos. O custo se reduziu muito, com o aumento do uso na China, Europa, Estados Unidos e também no Brasil”, diz o gerente à CNN.

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