Paulo Caffarelli renuncia e Gustavo Sousa será o novo CEO da Cielo
Caffarelli chegou à Cielo no final de outubro de 2018, após deixar o comando do Banco do Brasil
A Cielo informou nesta quarta-feira que seu diretor-presidente, Paulo Caffarelli, renunciou ao cargo e que Gustavo Henrique Santos de Sousa, atual vice-presidente de finanças e diretor de relações com investidores, será seu sucesso no cargo.
A informação consta de ata de reunião extraordinária do conselho de administração da companhia. Segundo o documento, Sousa tomará posse no novo cargo após aval do Banco Central.
Caffarelli segue na Cielo até 31 de maio para coordenar uma transição. Inicialmente, Sousa complementará o mandato de dois anos até a reunião do conselho da Cielo sobre o balanço de 2021.
Caffarelli chegou à Cielo no final de outubro de 2018, após deixar o comando do Banco do Brasil, com o objetivo de mudar a estratégia da empresa líder em pagamentos no Brasil, passando se concentrar mais nos lucrativos mercados de pequenas e médias empresas, processo hoje em andamento.
No entanto, a companhia seguiu perdendo participação num mercado que outrora dominava com a Rede, após uma abertura promovida pelo Banco Central ter incentivado a aparição de mais de 20 adquirentes e duas centenas de subadquirentes no Brasil.
Desde então, a Cielo perdeu dois terços de seu valor de mercado, para cerca de 10,6 bilhões de reais, valendo pouco mais de um décimo de sua rival menor Stone.
No mês passado, a Cielo reportou lucro recorrente de 135,8 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 18,6% ante mesma etapa do ano anterior.
Além da feroz concorrência de diversos novos adquirentes, a Cielo começa a enfrentar também a concorrência de carteiras digitais, como Mercado Pago e PicPay, sem contar a entrada em vigor do sistema instantâneo de pagamentos PIX, no fim do ano passado, que deve pressionar ainda mais as margens do setor.
A troca no comando da Cielo ocorre também em meio a sucessivos rumores de que os sócios controladores Bradesco e Banco do Brasil negociavam deslistar a companhia ou vender uma participação no negócio, o que foi sempre negado pelos bancos.
A mudança também vem enquanto a GetNet, rival controlada pelo Santander Brasil, planeja listagem na B3 e na Nasdaq, enquanto a Caixa Econômica Federal indica que pretende também fazer uma oferta inicial de ações de sua unidade de pagamentos.