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    Chuvas no RS podem ter destruído 5% da produção nacional de arroz, estima XP

    Relatório aponta cenário incerto para inflação e PIB do país

    João Nakamurada CNN , São Paulo

    Responsável por aproximadamente 70% da produção nacional de arroz, o Rio Grande do Sul vem sofrendo com as chuvas que assolam o estado desde a semana passada.

    Além do impacto direto na vida das pessoas, a catástrofe climática está reverberando na economia do estado. Em relatório publicado nesta terça-feira (7), analistas da XP estimam que 5% de toda a produção brasileira de arroz deve ter sido perdida com as tempestades.

    As perdas também foram elevadas para a produção de soja e de carnes, contudo, a equipe de pesquisa da corretora avalia um impacto mais localizado e “sem grandes restrições à distribuição nacional”.

    Ainda assim, a catástrofe climática deve forçar o preço dos alimentos para cima. A XP elevou sua estimativa de inflação da alimentação no domicílio a 4,2%. Anteriormente, a previsão era de 3,8%.

    Com o bloqueio de estradas e ferrovias, não só os preços dos alimentos devem subir no Rio Grande do Sul, mas de bens como um todo. A expectativa é de que o impacto no curto prazo seja relevante, com uma alta acentuada nas próximas semanas, segundo o relatório.

    Contudo, com a suspensão da coleta de dados pelo IBGE na região, a XP destaca que há incerteza para se mensurar o impacto total.

    No ano, os economistas não veem um impacto significativo.

    O balanço divulgado pelo governo do Rio Grande do Sul na tarde desta terça-feira mostra que o número de mortos em razão das fortes chuvas que atingem o estado desde o início da semana passada subiu para 90. Além disso, quatro óbitos estão em investigação

    Ao todo, 131 pessoas estão desaparecidas e 362 estão feridas.

    Segundo o relatório, 1.408.993 pessoas foram afetadas em 397 municípios – o equivalente a 79,8% do estado. Já são 156.056 desalojados e 48.297 em abrigos.

    PIB

    No momento, a XP manteve sua expectativa de que a economia brasileira deve acelerar em 2,2% no ano.

    Porém, a equipe reforça que há potenciais impactos negativos e incertos das enchentes na economia nacional. De acordo com os analistas, a medição dos “impactos vai depender do tempo que levará para empresas e fluxos de distribuição se normalizarem, o que é bastante incerto neste momento”.

    “É muito mais desafiador estimar os efeitos indiretos sobre a atividade econômica do Rio Grande do Sul (e do Brasil). Para, por exemplo, as atividades de transporte (terrestre, fluvial, aéreo), vendas no varejo e produção industrial. Tenha em mente que o estado é um importante produtor de máquinas e equipamentos; veículos pesados; máquinas e aparelhos elétricos; mobília; produtos alimentícios; produtos químicos; calçados e artigos de couro”, descreve o relatório.

    Os economistas destacam que, de fato, o impacto mais claro será na produção de arroz.

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