China endurece investigação sobre monopólio de big techs, incluindo o Alibaba
Nesta quinta, em sessão reduzida, as ações do Alibaba tombaram 8% em Hong Kong. Ao todo, os papéis caíram 26% desde outubro
A China começou uma investigação antitruste contra o Alibaba (BABA), aumentando o escrutínio sobre o rápido crescimento de empresas de tecnologia e internet no país.
O Órgão Estatal de Regulação de Mercados (SAMR em inglês) disse nesta quinta (24) que irá analisar possíveis comportamentos monopolísticos praticados pelo Alibaba, gigante do e-commerce e cloud comandada por Jack Ma.
A entidade deu poucos detalhes, mas afirmou que iria investigar suposta prática da companhia que obrigaria vendedores parceiros a assinar contratos para impedir que vendessem seus produtos em marketplaces rivais.
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Separadamente, o Banco da China anunciou que os quatro reguladores financeiros do país irão convocar o Ant Group, fintech do Alibaba, para uma reunião nos próximos dias. O encontro servirá para “guiar a companhia” na implementação de supervisão financeira e regulação dos seus serviços.
Essa pressão intensa chega algumas semanas depois de reguladores chineses forçarem Ma a cancelar a oferta primária de ações da empresa de serviços financeiros. A listagem do Ant seria a maior da história.
Nesta quinta, em sessão reduzida, as ações do Alibaba tombaram 8% em Hong Kong. Ao todo, os papéis caíram 26% — perdendo mais de US$ 240 bilhões de valor de mercado — desde o seu último pico em outubro, antes do IPO ser cancelado.
O Alibaba, que foi fundado em 1999, se transformou rapidamente em um extenso império tecnológico que toca todos os aspectos da vida dos chineses. Seu e-commerce tem centenas de milhões de usuários e domina o setor.
No setor de pagamentos online, o Ant Group também é líder. Oferece desde contas de investimento e seguros, até aplicativo de relacionamento.
Dias depois do IPO ser cancelado no início de novembro e de Ma criticar os reguladores chineses, o SAMR anunciou novas diretrizes para evitar a formação de monopólios de internet. A medida assustou investidores e tirou centenas de bilhões das empresas de tech chinesas.
A pressão vem crescendo desde então. Na quarta, a entidade convocou seis gigantes do setor –Alibaba, Tencent, JD.com, Meituan, Pinduoduo e Didi Chuxing– para uma reunião, informando que iria elevar a regulação sobre compras coletivas.
Este modelo ganhou popularidade nos últimos anos, especialmente durante a pandemia do novo coronavírus, que obrigou a população a depender de compras online. O SAMR afirmou que estava preocupado com a modalidade, porque permitia o esvaziamento de produtos a preços muito baixos, o que prejudicaria o mercado de trabalho e outros setores da economia.
A companhia de Ma afirmou que recebeu a notificação de que uma investigação “antimonopólio” havia sido iniciada. “O Alibaba vai cooperar ativamente com os reguladores nesta questão”, afirma em nota. O Ant Group disse que “vai estudar seriamente e cumprir estritamente os requisitos regulatórios”.
Outras ações do setor estavam pressionadas no pregão de Hong Kong nesta quinta. Tencent, JD.com e Meituan caíram todas mais de 2%.
(Matéria traduzida, clique aqui para ler o conteúdo original)