China corta taxas de empréstimo e intensifica estímulo para impulsionar economia
Autoridades monetárias se esforçam para sustentar economia em desaceleração, depois que dados indicaram perspectiva sombria para o setor imobiliário do país
A China reduziu as taxas de referência para empréstimos hipotecários nesta quinta-feira (20), à medida que as autoridades monetárias intensificam os esforços para sustentar a economia em desaceleração, depois que dados no início da semana indicaram perspectiva sombria para o problemático setor imobiliário do país.
Um corte nas taxas referenciais de empréstimos (LPR, na sigla em inglês) de um ano e cinco anos seguiu cortes surpreendentes pelo banco central da China na segunda-feira (17) em suas taxas de empréstimo de curto e médio prazos, e ocorreu dias depois de o vice-presidente do banco central sinalizar mais movimentos de estímulo à frente.
Com a desaceleração do setor imobiliário persistindo em 2022 e a variante Ômicron, de rápida disseminação, diminuindo a atividade do consumidor, muitos analistas dizem que essas medidas de afrouxamento serão necessárias, mesmo que outras grandes economias, incluindo os Estados Unidos, pareçam prestes a apertar a política monetária neste ano.
Em uma fixação mensal nesta quinta-feira, a China reduziu sua taxa básica de empréstimo de um ano (LPR) em 10 pontos básicos, para 3,70%, de 3,80%. A LPR de cinco anos foi reduzida em 5 pontos, para 4,60%, de 4,65%, seu primeiro corte desde abril de 2020.
O Banco do Povo da China “deve se apressar, tornar nossas operações voltadas para o futuro, avançar à frente da curva do mercado e responder às preocupações gerais do mercado em tempo hábil”, disse o vice-presidente da instituição, Liu Guoqiang, na terça-feira, reforçando expectativas do mercado de mais estímulo.
Todos os 43 participantes de uma pesquisa da Reuters previam corte na LPR de um ano pelo segundo mês consecutivo. Entre eles, 40 entrevistados também esperavam uma redução na taxa de cinco anos.